Onde Kyle Kirkwood vai correr em 2022? Essa não deveria ser uma pergunta tão difícil de ser respondida sobre piloto que pode ser considerado o mais dominante da história das categorias de base dos Estados Unidos e do programa Road to Indy.

Mas, faltando menos de dois meses para o fim do ano, o americano não tem nenhum contrato fechado para a próxima temporada da Indy.

Segundo uma reportagem publicada neste início de mês de novembro, a Andretti tinha exclusividade de negociar com Kirkwood até 31 de outubro. Como o acerto não foi fechado, ele está livre para assinar com outra equipe.

A ideia da Andretti era complexa. O plano principal era comprar a Sauber e fazer parte do grid da F1 a partir de 2022. Um dos seus pilotos seria Colton Herta. Com Herta indo embora da Indy, a vaga que hoje ele ocupa iria para Kirkwood.

Mas as negociações entre Andretti e Sauber parecem não ter dado em nada. Como consequência, a tendência é que Herta continue na Indy em 2022, fechando a porta para Kirkwood. Por isso que o time de Michael Andretti deixou o prazo de 31 de outubro passar.

Só que o atual campeão da Indy Lights é quem acabou prejudicado por essa demora. Além de não estar garantido na Andretti, não fez parte dos planos de outros times. Por exemplo, na parte final da temporada 2021, ele era especulado na Dale Coyne, na vaga que neste ano foi de Ed Jones. Kirkwood era o preferido para substituir o representante dos Emirados Árabes Unidos, mas foi descartado por causa da exclusividade que a Andretti detinha.

Para seu lugar, a Dale Coyne deverá contratar David Malukas, americano de origem lituana e atual vice-campeão da Indy Lights.

Restam, assim, poucas opções no grid para 2022 e nenhuma muito competitiva. A Foyt aparece como uma das favoritas para ter Kirkwood no ano que vem. Outras opções seriam Carlin e Juncos, algumas das menores escuderias do grid, ou então dividir o carro da ECR com Ed Carpenter, embora Ryan Hunter-Reay seja o mais cotado neste momento.

Entre as grandes, a McLaren planeja ter um terceiro equipamento em algumas etapas da próxima temporada e anda testando alguns pilotos, como os ex-F1 Nico Hulkenberg e Stoffel Vandoorne. Por Kirkwood ter a bolsa de campeão da Indy Lights (que paga trÊs etapas em 2022, incluindo as 500 Milhas de Indianápolis), a McLaren poderia ser convencida a dar uma chance a ele.

Os recordes de Kyle Kirkwood no Road to Indy

De qualquer forma, é surreal que nesta altura do ano Kirkwood ainda não tenha onde correr em 2022. Afinal, estamos falando de um piloto que quebrou recordes em sua passagem pelas categorias de base dos EUA.

De 2016 a 2021, ele competiu por F4 USA, F3 Americas, USF2000, Indy Pro 2000 e Indy Lights. Foi campeão da todas elas. Só na F4 não ganhou em seu ano de estreia categoria. Foram 111 corridas disputadas somando esses cinco campeonatos, com espantosos 80 pódios (72% de aproveitamento) e 57 vitórias (51%).

E olha que nem sempre teve o melhor equipamento à disposição. A Andretti deste ano na Indy Lights, por exemplo, estava atrás da HMD. Da mesma forma, em sua passagem pela Indy Pro 2000, competiu pela esquadra italiana RP, que não está entre as grandes da categoria.

Se na Europa, muitas vezes vemos as academias juniores de equipes da F1 contratando pilotos que ainda não mostraram estarem muito acima da média, é curioso como nos Estados Unidos as grandes escuderias estão deixando Kirkwood escapar. Seria um desperdício ele não ter uma vaga no ano que vem, além de já ser possível questionar se o programa Road to Indy, com suas bolsas para os campeões, realmente funciona.

Você pode clicar aqui para ver como foram os treinos de pós-temporada do Road to Indy em Indianápolis, assim como os resultados das principais categorias do automobilismo mundial no fim de semana.

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Kyle Kirkwood já chamava a atenção desde sua época na F3 Americas