Quem pensar que Nico Rosberg deixou as pistas para trás depois de se aposentar da F1 – logo após o título de 2016 – estará bem enganado.

Hoje, ele não é mais piloto. Mas se tornou dono de uma das principais equipes do kartismo mundial, a Team Rosberg, em parceria com Dino Chiesa, seu antigo mentor da época em que estava no kart e ainda nem pensava em alcançar a principal categoria do automobilismo mundial.

A esquadra de Rosberg e de Chiesa já acumula bons resultados, sendo que, em 2018, levou Lorenzo Travisanutto ao título mundial na divisão OK.

Só que na época havia certa desconfiança por o piloto italiano ser um veterano do kartismo, não exatamente um jovem talento que está buscando lugar no esporte a motor. Então podia ser que a chave pela vitória tinha sido a experiência dele, não o equipamento do time de Rosberg e Chiesa.

Mas as dúvidas ficaram para trás no ano passado, quando o britânico Taylor Barnard, de 15 anos, ficou com o vice mundial, justamente correndo pelo Team Rosberg. Uma curiosidade é que o caneco ficou mais uma vez com Travisanutto, que havia trocado de equipe de 2018 para 2019.

Agora, o antigo rival de Lewis Hamilton se prepara para dar o próximo passo na sua carreira de dono de equipe. Sua esquadra vai estrear na F4 Italiana em 2020 em uma parceria com a Antonelli, escuderia que já estava na categoria neste ano.

Até agora, um piloto já foi anunciado pela AKM, como o novo time está sendo chamado. Trate-se do chinês Cenyu Han, que justamente competia pela equipe de Rosberg no kartismo até o ano passado.

O único problema é que a Antonelli não foi bem na temporada passada da F4 Italiana. A escuderia foi uma das primeiras a demonstrar interesse em correr na Fórmula 4, quando o campeonato foi criado, em 2014, mas nos últimos anos estava se dedicando a corridas de carro GT.

Antonelli na F4 Italiana

Na F4 Italiana 2019, a equipe inscreveu os italianos Lorenzo Ferrari, que chegou a ser avaliado pela Academia da Ferrari, e Andrea Rosso, campeão de diversos torneios no kartismo da Itália nas últimas temporadas.

Ferrari pontuou somente em cinco das 21 corridas realizadas na temporada passada, embora tenha subido ao pódio graças ao segundo lugar em Mugello. Rosso terminou ainda mais atrás. Sonou pontos em apenas uma única corrida, justamente na abertura do campeonato, em Vallelunga. E nenhum dos dois pilotos tomou parte de toda a temporada.

Alguém até pode questionar se o problema era o equipamento da Antonelli ou a qualidade dos dois pilotos.

Mas aí basta ver que, no final de 2019, Rosso conquistou a medalha de ouro na corrida de F4 dos Motorsport Games, como foi chamada a Olimpíada do Automobilismo, realizados em Vallelunga. Na ocasião, ele competiu contra pilotos com mais experiência, como Ido Cohen (Israel), William Alatalo (Finlândia) e Niklas Krutten (Alemanha), que há alguns anos já vinham disputado tanto a F4 Alemã quanto na F4 Italiana.

Assim, fica a dúvida para ver ser a parceria com a equipe de Rosberg vai fazer com que o equipamento da Antonelli (AKM) será mais competitivo em 2020.

Você pode clicar aqui para ver como está sendo formado o grid da F4 Italiana 2020, que também terá a presença do brasileiro Gabriel Bortoleto.

foto do topo: daimler/divulgação

foto de Andera Rosso
Andrea Rosso venceu a Olimpíada do automobilismo, apesar de um ano muito ruim na F4 Italiana em 2019 – foto: dirk bogaerts photography/sro/divulgação