Qual é o ano de Felipe Drugovich? Seria 2017, quando obteve 17 vitórias (mais que George Russell, Esteban Ocon ou Charles Leclerc em toda a carreira até agora), ou será 2018, com a conquista do título do MRF Challenge neste sábado, dia 2, na Índia?
Essa dúvida acontece porque o MRF Challenge é um campeonato bianual: teve suas primeiras etapas realizadas no ano passado (quando Drugovich venceu oito das 12 corridas disputadas, colocando uma mão na taça), enquanto a rodada final ficou para 2018.
Assim, com um segundo lugar na primeira bateria em Madras, o brasileiro conquistou seu primeiro título nos monopostos e o primeiro do país no automobilismo em 2018, ainda no mês de fevereiro.
Nas demais três corridas do fim de semana, ele acumulou duas vitórias e um sexto lugar.
Em comparação à temporada passada, quando teve nomes como Mick Schumacher, Harri Newey, Joey Mawson e Juri Vips (os últimos dois campeões da F4 Alemã), além do próprio Drugovich, o atual grid do MRF Challenge foi mais fraco.
Da F4 Alemã, só vieram Louis Gachot e Richard Wagner, que se estabeleceu nas últimas posições. Os demais principais nomes tiveram destaque nos EUA e na Ásia. Foi o caso do vice, o indonésio Presley Martono (primeiro campeão da F4 do Sudeste Asiático), e do holandês Rinus VeeKay (segundo colocado na USF2000 de 2017).
O grid ainda foi formado por coadjuvantes de campeonatos asiáticos (como Danial Frost), veteranos do próprio MRF (Dylan Young), revelações não muito conhecidas do kartismo (Michelangelo Amendola) e pilotos cujas carreiras ainda não deslancharam (como Manuel Maldonado, primo de Pastor Maldonado).
Uma das regras não escritas do automobilismo diz que quando um piloto entra em uma categoria mais fraca, no mínimo ele precisa dominar o campeonato. E foi o que fez Drugovich, com dez vitórias em 16 provas.
EUROFORMULA OPEN
Para o resto do ano, o brasileiro vai correr na Euroformula Open, pela equipe RP.
O anúncio não deixa de ser uma surpresa, uma vez que a Euroformula está um degrau abaixo de F3 Euro e GP3, categorias geralmente escolhidas por quem planeja chegar à F1.
Não vai ser a estreia propriamente dita do brasileiro no certame. Após a campanha na F4 Alemã no ano passado, ele participou da última rodada da Euroformula pela mesma RP, obtendo uma pole e uma vitória.
Pelo currículo vitorioso e pela experiência que já tem no campeonato, Drugovich é favorito, sim, para este ano, ainda que faltem alguns pilotos serem anunciados na própria RP e na Carlin, outra gigante da categoria.
Por isso, se o objetivo for um dia chegar à F1, qualquer resultado diferente de lutar pelo título poderá ser considerado abaixo do esperado.
E, dependo do resultado na Euroformula Open, talvez fique mais fácil responder, daqui a dez meses, qual foi o ano de Drugovich.
OUTROS BRASILEIROS
Drugovich será companheiro de equipe de Guilherme Samaia na RP este ano. A Euroformula Open ainda terá Matheus Iorio, na Carlin, e Christian Hahn, que segue na Drivex, e ainda falta boa parte do grid ser anunciada.
Lembrando que a RP vai competir também na Pro Mazda, nos EUA, este ano.
A pré-temporada da Euroformula começa nos dias 16 e 17 deste mês em Barcelona.
E você pode clicar aqui para ver os resultados completos de Drugovich na última etapa do MRF Challenge, assim como o que aconteceu nas principais categoria do automobilismo mundial neste fim de semana.
O passo natural após a Euroformula (dependendo da temporada) seria a F-3 Euro?
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Ano que vem não vai ter mais uma F3 Euro, a categoria vai se fundir com a GP3.
De qualquer forma, os pilotos que têm disputado a Euroformula Open têm preferido ir para a GP3. De cabeça, quem foi para a F3 Euro foram Ed Jones e Ferdinand Habsburg.
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