
A temporada 2013 do automobilismo alemão nos monopostos terminou no último fim de semana. É verdade que oficialmente ainda falta uma rodada – marcada para os dias 28 e 29 de setembro, em Hockenheim –, mas todos os campeões já foram conhecidos, então as últimas corridas só vão servir para cumprir tabela.
E quem pôde comemorar foi Marvin Kirchhöfer. O piloto de 19 anos de idade fez, em 2013, a estreia na F3 Alemã. Após conquistar o título da Adac Masters no ano passado – quando debutava nos monopostos –, o piloto manteve a boa fase da carreira e levantou a segunda taça consecutiva.
A campanha do garoto foi irretocável. Em 23 corridas disputadas na F3, Kirchhöfer venceu 11 e subiu ao pódio em 22. Na outra etapa, foi o quarto colocado. Com essa regularidade impressionante, o piloto somou 450 pontos e garantiu o título ao superar o russo Artem Markelov, que atingiu 301, e há apenas 69 em jogo a partir de agora.

Kirchhöfer é o segundo piloto na história a vencer a Adac Masters e a F3 Alemã de forma consecutiva, o primeiro foi Richie Stanaway. Por isso, a expectativa com relação à carreira do garoto aumentou a partir de agora.
Na verdade, eu não esperava que ele terminasse o ano na frente. Na própria equipe Lotus, ele era o competidor com menos experiência. Além de Markelov, que já havia disputado o certame em 2012, o time contava com Emil Bernstorff, com passagem boa pela F3 Europeia e favorito. Apesar disso o britânico completou a temporada apenas em terceiro, com 291 pontos.
Se Kirchhöfer conseguiu ‘unificar’ os títulos da Alemanha, a Adac Masters também tem um novo campeão. Outro com desempenho dominante, Clemente Alessio Picariello, de 20 anos, garantiu a taça ao vencer dez das 21 provas disputadas.
Contudo, ao contrário de Kirchhöfer, o belga começou a temporada como favorito. Ele já havia disputado o certame no ano passado, pela pequena equipe G+J/Schiller, mas acabou contratado pela gigante Mücke para 2013. No novo time, correspondeu às expectativas. Aliás, talvez a grande decepção deste ano tenha sido a Lotus. Se na última temporada a escuderia foi campeã, dessa vez o melhor piloto deles foi Indy Dontje, apenas em sexto.

E isso com a escuderia alemã contando com o reforço de dois pilotos do Red Bull Junior Team. Mesmo assim, Beitske Visser, que competiu pelo segundo ano consecutivo, ocupa somente a nona posição, com uma vitória. Mas é verdade que a holandesa mostrou uma evolução considerável nas últimas duas etapas, lutando por pódios e top-5. Callan O’Keeffe, por outro lado, não foi bem e teve o sexto lugar, justamente na estreia, como melhor resultado.
Como pilotos com a mesma experiência tiveram desempenho muito melhores neste ano, fica o alerta para a Red Bull. Se a empresa austríaca concluir que o problema foi a Lotus – e não os pilotos – então talvez eles ganhem uma nova chance em 2014. Do contrário, pelo que já vimos do Junior Team, cabeças devem rolar.
O último campeão do fim de semana foi Robin Hansson, sueco de 16 anos de idade, que triunfou na BMW Talent Cup, uma competição criada pela montadora alemã para continuar a ajudar garotos e garotas no início da carreira.

Pelas regras do torneio, os pilotos disputam uma série de corridas preliminares ao longo do ano até que chegam a um fim de semana decisivo, realizado na melhor de três provas. Na finalíssima, Hansson e o alemão Nico Menzel dividiram as vitórias nas primeiras duas baterias e entraram na prova final com chances de serem campeões.
Na última corrida, os dois brigavam pela liderança quando acabaram se tocando. Menzel abandonou, o que garantiu a taça de Hansson. Como resultado, o sueco ganhou uma bolsa da BMW para dar o próximo passo da carreira. Das três categorias que conheceram os campeões neste fim de semana, a Talent Cup é a única que não corre no fim de setembro.
O mais legal de tudo isso é mostrar que a progressão dentro do automobilismo alemão funciona. É verdade que o interesse pelo esporte a motor aumentou muito no país por causa do sucesso de Michael Schumacher e de Sebastian Vettel, mas os dirigentes souberam preparar o terreno para que novos talentos surjam e ganhem a Europa e o mundo.
Se um campeão mundial vai surgir desses programas, é difícil dizer. Mas há alguma coisa sendo feita. Nomes como Marvin Kirchhöfer, Marvin Dienst, Maximilian Günther, Jason Kremer e Nico Menzel só têm a agradecer.