Nesta foto da Mercedes dá pra ver a inscrição R22 no pneu traseiro, apontando que ele é para ser usado no lado direito
Nesta foto da Mercedes dá pra ver a inscrição R22 no pneu traseiro, apontando que ele é para ser usado no lado direito

A torcida da equipe de futebol do Atlético usou máscaras do Pânico para tentar intimidar e assustar os adversários do Tijuana na partida da copa Libertadores, na quinta-feira. O tiro, porém, quase saiu pela culatra, e o time só garantiu a classificação à fase seguinte em um pênalti no último minuto do jogo. Já no automobilismo, se você quiser assustar alguma escuderia, não precisa nenhum filme de terror, basta usar uma máscara de Paul Hembery, o diretor da Pirelli.

Embora a F1 tenha apenas uma única fornecedora de pneus desde 2006, fazia tempo que os compostos não estavam tão no olho do furacão.  As equipes entenderam que domar o uso da borracha se tornou a chave para conquistar bons resultados na temporada atual.

Por isso, até a última semana, havia apenas o mesmo drama de sempre. Quem mais desgasta as borrachas eram os primeiros a reclamar. Já os outros times entenderam que o pneu da Pirelli é apenas mais uma dificuldade imposta pelo regulamento, por isso estavam tranquilos com o comportamento do equipamento.

Mas tudo mudou durante o GP de Mônaco, quando a revista inglesa Autosport revelou um teste secreto da Mercedes, com o carro deste ano, pouco depois da etapa de Barcelona. Como os alemães venceram a corrida do Principado, as outras equipes – e a FIA – querem saber se e como o time de Nico Rosberg e Lewis Hamilton levou vantagem por causa da atividade extra.

A troca, porém, já havia acontecido em Melbourne
A troca, porém, já havia acontecido em Melbourne

Enquanto a FIA e o tribunal internacional ainda estão investigando o caso, a palavra de ordem nas outras equipes é a total paranoia quanto aos pneus. Uma história curiosa durante o GP de Mônaco ilustra bem isso.

Em um dos treinos no Principado, o carro de Nico Rosberg foi flagrado com uma inversão nos pneus traseiros. O do lado esquerdo estava colocado no eixo direito e vice-versa. A Mercedes – e outras equipes – teria descoberto que os compostos têm um desgaste menor com essa troca.

Como até pouco tempo atrás não havia diferença entre os pneus traseiros, não há nada no regulamento da F1 que impeça essa prática. Apesar disso, as equipes cogitaram que os alemães tinham descoberto essa tática durante o treino extra na Espanha, o que provava de uma vez por todas que eles tinham levado vantagem com a atividade polêmica.

A Mercedes, porém, logo desmentiu a história. A equipe disse que já vinha testando isso desde a pré-temporada e outras equipes faziam o mesmo. Para acabar com a crise, pouco tempo depois surgiu uma foto da equipe, em Melbourne, com a inversão dos pneus no carro. Pronto, mistério resolvido.