
A parte ruim dos finais de semana sem F3 é que os brasileiros nunca vão bem. Tirando o João Paulo de Oliveira, que é um monstro na F-Nippon e ganhou em Motegi, o resto dos representantes do país até belisca um TOP 5, mas acaba sempre longe das vitórias.
Por que eu estou falando disso? Por nada, claro. Mas já que toquei no assunto, vou contar uma história interessante desse final de semana. Dois dos nossos destemidos pilotos brasileiros – Victor Carbone e Bruno Andrade – correram na etapa da Indy Lights em Trois-Rivières, no Canadá.
Essa foi a única etapa do ano onde a Indy Lights não acompanhou a Indy, que esteve naquela chatice de Mid-Ohio. Essa divisão aconteceu porque os promotores da etapa de Trois-Rivières querem que a categoria principal vá correr por lá, mas ainda não conseguiram chegar a um acordo. A etapa de Trois-Rivières, aliás, é um evento antigo e já foi disputado por uma série de categorias como a ALMS, a ChampCar e a GrandAM.
Isso não é nenhuma novidade no mundo. Aqui nós temos o GP do Brasil de F1 acontecendo todos os anos, mas outros países e cidades se viram como pode para fazer os eventos. O GP da Nova Zelândia, por exemplo, é disputado pela Toyota Racing Series, enquanto o GP de Macau, bem mais famoso, atrai os carros de F3.
Para 2011, os organizadores do GP de Trois-Rivières quiseram expandir as coisas. Para isso fecharam com sete categorias começando com a F-Ford do Canadá e chegando até a Nascar canadense. Sem a Indy, eles montaram um acordo com a Lights, que seria a estrela principal do final de semana em se tratando de monopostos.

Até aqui, a ideia foi boa, claro. Imagina o sucesso que foi levar sete campeonatos distintos começando com as futuras promessas do Canadá que ainda correm na F-Ford e chegando à Nascar, com nomes mais famosos com Andrew Ranger. Para promover a prova, os organizadores quiseram usar a maior tendência dos últimos anos: as redes sociais.
Eu não sou nenhum especialista em redes sociais, mas posso dizer que a chance de você usá-las para qualquer coisa e não dar certo é enorme. Nem todo mundo é o Kaká, o Tiago Leifert ou o Luciano Huck com alguns milhões de seguidores e podem fazer uma promoção ou algo assim, que ganhe notoriedade.
Só que esse é um detalhe que a organização do GP de Trois-Rivières ignorou. Eles tiveram a brilhante ideia de sortear entradas para as corridas por meio de um quiz. Pelo Twitter, um piloto da Indy Lights faria uma pergunta para os seguidores, quem acertasse ganhava alguns ingressos para a corrida canadense. O que poderia dar errado?
Eu não vi detalhadamente quais pilotos participaram da promoção, mas vi a organização da Indy ajudando Stefan Wilson, Anders Krohn e Peter Dempsey nessa tarefa. Pois então, esses garotos mal têm mil seguidores no Twitter. Qual a chance de um desses seguidores morar exatamente em Trois-Rivières? Aliás, qual a chance de alguém seguir um piloto da Indy Lights e não ter comprado ingresso para a corrida que é amplamente divulgada por lá?

Além disso, as perguntas não foram tão fáceis. Anders Krohn, por exemplo, perguntou quando o primeiro GP de Trois-Rivières foi disputado. Peter Dempsey, para piorar, questionou quando ele venceu no Canadá correndo pela Star Mazda. Tudo bem que o Google pode responder essas perguntas em míseros segundos. Mas aí precisaríamos de alguém que morasse em Trois-Rivières, seguisse esses pilotos, ainda não tivesse comprado os ingressos e soubesse usar o Google. Olha a dificuldade para ganhar a promoção.
Aí eu tive pena dos pilotos. Tentando animar a promoção, Krohn publicou algo como “hoje é o último dia para ganhar as entradas, só responder a pergunta abaixo”. Quer dizer, levou mais de um dia para alguém responder certo quando começou o tal evento. E eu nem sei se de fato alguém conseguiu responder. Dempsey, por outro lado, teve melhor sorte. Horas depois de fazer a pergunta, apareceu um cara de Trois-Rivières, que o seguia e que não tinha comprado os ingressos. Ele foi o único a acertar a resposta e ganhou as quatro entradas distribuídas pelo irlandês.
O lado bom de tudo isso é que sempre aprendemos algo útil na vida. A primeira, claro, é que o GP de Trois-Rivières começou a ser disputado em 1967. Em segundo lugar, Peter Dempsey venceu a etapa da Star Mazda por lá em 2008 e, por último, não devemos achar que as mídias sociais são solução para tudo. Portanto, se por acaso você receber um baixo-assinado para uma empresa – por exemplo, uma equipe de F1 – não dispensar um funcionário – como um piloto – saiba que não vai dar certo. Esse funcionário até pode renegociar um novo contrato, mas não foi pelo apelo de 552 pessoas após dois dias e meio.
P.S.: mais importante que esse post sobre o uso das redes sociais é que você comece a me seguir no Twitter. Para ter informação em primeira mão, saber quando o blog foi atualizado e ouvir minhas piadas excelentes basta clicar nesse botão abaixo. Clicando nele, você não será direcionado para o Twitter, vai abrir um pop-up e você aperta ‘Follow’. Prático né?
P.S.2: se eu conseguir 1 milhão de seguidores até o dia 18 de agosto. Eu vou sortear quatro entradas para a corrida do Brasileiro de Marcas em Brasília. Para isso, você vai precisar responder uma simples pergunta sobre a F-Ford da Finlândia. Claro que o vencedor vai precisar retirar os ingressos pessoalmente lá na Finlândia. Além disso, eu irei declarar o vencedor da promoção 15 minutos antes da corrida.
Olá Felipe,
Venho por meio deste expressar minha insatisfação e opnião com uma parte da midia que cobre automobilismo no Brasil.
Vocês são profissionais que escrevem muito bem, tem idéias boas e etc. Parabéns!
Porém acho que são engenheiros de obra pronta, apenas criticam pilotos brasileiros no exterior, o automobilismo brasileiro, a organização de eventos no exterior e principalemte no Brasil.
Enquanto isso a midia especializada no exterior e boa parte por aqui tb, cobre verdadeiramente o esporte.
O pessoal do meio, sejam pilotos, membros de equipe, organizadores batalham muito e enfrentam muitas dificuldades em nome de uma paixao. A minha opnião é que vocês jornalistas do Grande Premio e Cia. que só criticam tudo e ficam ai sentados atrás do computador e escrevendo baboseira, na verdade não entendem nada de automobilismo na verdade, não fazem parte deste meio … mas acham que sim…
Meu objetivo com esse comentario não é ofender ninguém. Apenas não gosto do jeito que vocês escrevem e acho que deveriam ser menos arrogantes e realmente aprender sobre o que é o automobilismo. Façam algo que adicione e mude!
Um Abraço,
Raphael
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Raphael, eu agradeço o comentário, mas acho que você está fazendo sua reclamação no lugar errado.
No Grande Prêmio, nós temos um botão no lado esquerdo do menu, o popular ‘Fale Conosco’. Há uma equipe especializada que recebe as reclamações e, caso considerem pertinentes, as sugestões são colocadas em prática imediatamente. E eu garanto que funciona, não é fora do comum recebermos orientações baseadas no que os leitores falam.
Por outro lado, minha opinião pessoal, que não envolve o que o Grande Prêmio pensa, é que você não leia meu blog. Procure outro lugar que te agrada ler. Apontar as coisas que estão erradas é parte do jornalismo. E é isso o que faço quando crítico. Não tenho nenhum problema em elogiar quando sai algo bom, da mesma forma que falo mal quando é ruim. Talvez o problema seja a forma como eu escrevo não te agradar. Por isso, eu reitero que procure um lugar que te satisfaça, mesmo que esse lugar esconda alguns aspectos da realidade.
Uma segunda opinião, é que você compre um espelho.
Quero deixar claro que meu objetivo com essa resposta não é ofender ninguém.
P.S.: eu arrisco dizer que eu ou alguém do Grande Prêmio criticou algum amigo seu, familiar ou ídolo e você não gostou do que foi falado, pois essa pessoa deve ter uma grande história de superação. Acertei?
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Cadê a pergunta da F-Ford Suomi?
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Trois Rivières é o melhor nome de circuito que existe. Mas não me lembro de corrida de ChampCar lá. Quando foi?
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É, fui checar aqui e percebi ter confundido com Mont-Tremblant.
Acontece. Obrigado por ter avisado!
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