
Não conheci Jules Bianchi, que morreu no começo da madrugada deste sábado, dia 18, na França. Não tinha amizade, muito menos intimidade.
Eu o entrevistei uma única vez, quando ele ganhou o Desafio das Estrelas de kart, em 2013, promovido por Felipe Massa, em Santa Catarina.
Ele apareceu para o evento com um kart com as cores da Force India, equipe para a qual havia sido piloto de testes no ano anterior.
Todo mundo queria saber se ele seria promovido à vaga de titular com a ida de Nico Hulkenberg para a Sauber.
Bianchi não se deixou distrair pela especulação. Também não foi contagiado pelo espírito festivo do evento.
Enquanto boa parte dos pilotos ficava na área vip reservada a eles e deixava a preparação dos karts com os mecânicos, o francês mesmo trabalhava no ajuste do próprio equipamento.
Resultado, venceu o evento com facilidade. Foi com esse tipo de dedicação que chegou à F1 e levou a Marussia aos pontos no ano passado, em Mônaco.
Perguntei a Bianchi alguma coisa sobre ficar na garagem cuidando do carro enquanto o resto se divertia, mas não lembro o que ele respondeu. Deve ter dito alguma coisa sobre a paixão que tinha pelos karts e que nenhum piloto gosta de perder.
Lembro apenas que ele começava todas, todas as frases começando com “Well”, com um sotaque carregadíssimo.
Well, agora descanse em paz, Jules Bianchi.