A temporada 2022 do automobilismo mundial foi marcada por muitos brasileiros comemorando o tão sonhado título. Da F2 ao torneio de entrada do motociclismo, confira quem foram os representantes do país que agora também atendem pelo apelido de “campeões”.

Felipe Drugovich (F2)

Carro laranja e preto, número 11, de Felipe Drugovich na F2 2022 visto em zoom
Felipe Drugovich se encontrou na MP na F2 2022 - foto: dutch photo agency/kgcom/divulgação

Após uma passagem pela equipe UNI Virtuosi, com a qual não alcançou os resultados esperados, Drugovich decidiu permanecer na F2 por um terceiro ano, retornando à MP, time pelo qual havia estreado em 2020.

No paddock das categorias de base, a esquadra holandesa tinha a fama de “quero ser grande”. Isto é, investia para ser um time de ponta, mas não conseguia lutar pela primeiras colocações com frequência.

A parceria com Drugovich, enfim, destravou todo o potencial do piloto e também da equipe. Foram cinco vitórias na temporada 2022 da F2, incluindo a varrida em Barcelona, algo raríssimo de acontecer no campeonato, com o brasileiro ganhando as duas corridas do fim de semana.

O ponto chave na campanha foi a consistência, com tanto o piloto quanto a escuderia conseguindo garantir bons resultados, mesmo quando não eram favoritos. Foram quatro poles, outros seis pódios e apenas três corridas sem pontuar. Em comparação, Theo Pourchaire, o principal adversário do brasileiro, marcou apenas cinco pontos nas últimas quatro rodadas, em um misto de erros cometidos, falta de desempenho em classificação e azar com problemas mecânicos.

Daí a vantagem de Drugovich na tabela ter sido de mais de 100 pontos. Um passeio.

Para 2023, o brasileiro já anunciou que será piloto reserva da Aston Martin, de olho em uma vaga na F1 em 2024. Também já indicou que planeja se manter na ativa e disputar algum outro campeonato — por ter sido campeão não pode permanecer na F2.


Matheus Morgatto (Mundial de Kart)

Matheus Morgatto celebrando o título no Mundial de Kart, num kart verde de número 44
Matheus Morgatto durante o mundial de kart - foto: fgcom/divulgação

A temporada 2022 foi de altos e baixos para Morgatto, que aos 19 anos de idade já pode ser considerado um veterano do kartismo.

Mas no Mundial, realizado em setembro, em Sarno, na Itália, esteve imbatível: venceu quatro baterias classificatórias e terminou em segundo na outra, foi o terceiro na pré-final e assegurou a taça ao comandar a decisão de ponta a ponta. Isso tudo em uma equipe que não costuma entrar entre as favoritas.

Assim, se juntou a Guga Ribas, Gastão Fráguas e Ruben Carrapatoso como os outros brasileiros que terminaram na frente no principal torneio do calendário do kartismo.

Para o ano que vem, Morgatto chegou a ser especulado na F4 Brasil, mas deverá permanecer no kartismo, como muitos outros campeões mundiais optam por fazer.


João Paulo de Oliveira (Super GT – divisão GT300)

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João Paulo de Oliveira em ação no Super GT, do Japão - foto: nissan/divulgação

Desde que retornou à Nissan, em 2020, JP tem sido o nome a ser batido na divisão GT300 do Super GT (a que conta com modelos GT3, além de outras máquinas desenvolvidas no Japão): foi campeão em 2020 e em 2022 e vice em 2021. Sempre em parceria com o nipônico Kyoto Fujinami.

Neste ano, o título veio com um susto em uma decisão superemocionate: o Nissan do brasileiro teve um pneu furado e perdeu a roda dianteira no início da prova, obrigando a fazer uma parada extra para reparos. Dessa maneira, caiu para o fim do pelotão e recebeu a bandeirada somente na 19ª colocação.

Com isso, seus principais adversários buscaram estratégias alternativas para ganhar o maior número de posições possíveis e tentar roubar a taça. O outro Nissan do grid, da equipe Gainer, quase conseguiu. Mas perdeu rendimento nas últimas voltas e recebeu a bandeira somente em oitavo. Situação parecida com o Toyota da escuderia Saitama.

Na campanha vitoriosa, João Paulo e Fujinami conquistaram uma única vitória, em Okayama, na abertura da temporada. Lembrando que o Super GT é um campeonato com um dos BoP mais drásticos, então é raro uma parceria triunfar diversas vezes no mesmo ano.

Para 2023, Fujinami mais uma vez é especulado nos times da Nissan na divisão GT500 do campeonato, enquanto o brasileiro já anunciou que planeja participar de corridas de longa duração na Europa. É especulado no WEC pela Vanwall (ByKolles), caso a equipe seja liberada para se inscrever.


Enzo Valentim (Yamaha Cup)

Para quem gosta de acompanhar os brasileiros que estão fazendo carreira nas duas rodas, a Yamaha Cup foi um dos principais campeonatos de 2022.

Servindo de porta de entrada para quem quer seguir caminho para o Mundial de Superbike, a categoria recebeu cinco brasileiros no ano: Enzo Valentim, Kevin Fontainha, Gustavo Manso, Eduardo Burr e Fábio Florian.

Melhor para Valentim, que garantiu o título com três vitórias e mais cinco pódios e em 2023 vai disputar a Supersport 300. Fontainha foi o segundo na tabela, e Manso, o quarto.

Parte do sucesso do campeonato é explicado pelo investimento pesado que a Yamaha tem feito no motociclismo nacional, permitindo que jovens promessas consigam fazer carreira na Europa.


Nelsinho Piquet (Lamborghini Super Trofeo World Finals)

Lamborghini vermelha e branca, número 130, de Nelsinho Piquet, de lateral
Nelsinho Piquet em sua Lamborghini - foto: lucas miranda/ferraripromo/divulgação

Nelsinho Piquet conquistou um título inédito para o automobilismo brasileiro ao levar a melhor no Lamborghini Super Trofeo Grand Finals, realizado em Portimão. Diferentemente de alguns pilotos acima, o ex-F1 levantou a taça numa disputa que durou um único fim de semana.

O Grand Finals da Lamborghini reúne os comptidores que disputaram o Super Trofeo dos Estados Unidos, como no caso do brasileiro, e da Europa ao longo do ano. Para ficar com a taça no evento mundial da marca italiana, Piquet marcou a pole, venceu uma bateria e terminou em segundo em outra.


Daniel Serra e Felipe Fraga (Endurance Cup da Imsa)

Além do título principal, a Imsa tem um campeonato separado reunindo apenas os resultados das corridas de longa duração do calendário — Daytona, Sebring, Watkins Glen e Petit Le Mans.

Durante muito tempo, servia como uma maneira de tentar aumentar o grid de suas provas mais tradicionais ao atrair equipes que não tinham orçamento para disputar a temporada completa. Com o sucesso da divisão GTD nos últimos anos e da chegada da nova geração dos protótipos, em 2023, a Endurance Cup tem perdido prestígio.

Foi justamente nela em que os dois brasileiros foram campeões. Fraga levou a melhor na divisão LMP3, junto com o americano Gar Robinson e o holandês Kay van Berlo, enquanto Daniel Serra ganhou na GTD Pro, em uma Ferrari, ao lado do italiano Davide Rigon.


Fábio Casagrande (TCR South America)

Venceu a divisão Trophy, destinada a pilotos que não são profissionais.

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