Bomba! Uma notícia agitou o paddock da F1 na semana que antecede o GP dos EUA da temporada 2022, que será realizado no Circuito das Americas: Kevin Magnussen, da Haas, vai guiar pela Ferrari.

O tom meio sensacionalista do parágrafo anterior é de propósito, mas porque a notícia também é bastante incomum.

Não que o dinamarquês vá substituir Charles Leclerc ou Carlos Sainz na escuderia de Maranello. Magnussen vai disputar as 12 Horas do Golfo, prova que encerra a temporada 2022 do IGTC, a bordo de uma Ferrari GT3.

As 12 Horas do Golfo estão marcadas para acontecer no dia 11 de dezembro, em Abu Dhabi, após o fim da temporada da F1. Por lá, o atual titular da Haas vai dividir o carro com seu pai, o ex-F1 Jan Magnussen, e com o americano Mark Kvamme, veterano desse tipo de corrida.

E o que torna a participação de Magnussen tão bombástica é que é raríssimo pilotos de F1 que estão na ativa competirem em outros campeonatos, mesmo no período de intertemporada, como é o caso de agora.

Geralmente, os titulares da principal categoria do automobilismo mundial acabam, no máximo, tomando parte de corridas festivas e beneficentes fora dos GPs. Aliás, com a F1 se aproximando das 25 etapas por ano, a presença de seus competidores em outras provas deverá continuar bastante rara.

Pilotos da F1 em outros campeonatos

Antes de Magnussen, foram poucos os exemplos nos últimos anos de quem se aventurou em outras categorias em meio à temporada da F1. Um dos casos mais notáveis é o de Nico Hulkenberg, que, inclusive, é apontado como um dos candidatos ao segundo carro da Haas em 2023 e, portanto, possível futuro companheiro do dinamarquês.

Hulkenberg assinou com a Porsche para a disputa das 24 Horas de Le Mans de 2015, em um equipamento que também contava com Earl Bamber e Nick Tandy, então considerados duas promessas da marca alemã. O trio sobrou e conquistou a vitória na tradicional prova – a primeira da Porsche desde que havia retornado aos protótipos.

O triunfo em Le Mans de certa forma compensou os resultados abaixo do esperado de Hulk na F1. Afinal, até hoje o alemão, apontado como um fenômeno das pistas no início de carreira, jamais subiu ao pódio na principal categoria do automobilismo mundial.

Dois anos mais tarde, Fernando Alonso surpreendeu ao tomar parte das 500 Milhas de Indianápolis, em sua breve busca pela Tríplice Coroa (como é chamado vitórias na Indy 500, GP de Mônaco e 24 Horas de Le Mans).

Alonso estava insatisfeito com o fraco desempenho da McLaren, escuderia que defendia na F1, e buscava alternativas para salvar seu ano. Foi quando surgiu a ideia de tentar a Indy 500. Quase deu certo. Liderou 27 voltas, mas abandonou no finalzinho com um problema no motor. No ano seguinte, tomou parte das 24 Horas de Daytona.

Diferentemente de quem foi correr em Indianápolis ou em Le Mans, Magnussen escolheu uma corrida mais modesta. Tomara que seja o início de um período de relativa maior liberdade para os pilotos da F1 tomarem parte de outros campeonatos.

Protótipo da Porsche, branco com listras pretas, número 19, de Nico Hulkenberg, em uma das retas em Le Mans
Pela Porsche, Nico Hulkenberg ganhou as 24 Horas de Le Mans no meio da temporada 2015 da F1 – foto: jean-jacques abalain/melgven/CC BY 2.0,
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