O IGTC (campeonato intercontinental de carros GT) não é uma das categorias mais populares. Surgiu com o objetivo de reunir algumas das principais corrida da modalidade (como as 12 Horas de Bathurst e as 24 Horas de Spa-Francorchamps) debaixo de um mesmo teto. Como resultado, algumas de suas provas são mais conhecidas e mais importantes que o torneio em si.

Um dos aspectos mais legais do IGTC é que montadoras e equipes se aproveitam de cada etapa ser realizada em um continente diferente para homenagear os países-sede na pintura de seus carros.

Ganhadora das 8 Horas de Indianápolis, no primeiro fim de semana de outubro, a equipe Craft-Bamboo é um exemplo disso. O veículo que teve Raffaele Marciello, Daniel Juncadella e Jules Gounon a bordo homenageou um piloto australiano chamado Vern Schuppan, que disputou as 500 Milhas de Indianápolis na década de 1980.

Pode parecer um tributo aleatório, mas tem sentido. Na Indy 500, Schuppan defendia uma equipe asiática chamada Theodore Racing, que, inclusive, já teve passagem pela F1.

A esquadra foi fundada na década de 1970 por um empresário de Hong Kong chamado Teddy Yip, e o primeiro piloto a receber o apoio do time foi justamente Schuppan, que na época competia — e conquistava títulos — em categorias de fórmula da Austrália e da Ásia.

A passagem da Theodore pela F1 durou 51 GPs , com pouquíssimos bons resultados, e Schuppan não estava envolvido. Mas piloto e time voltaram a se encontrar na Indy 500 de 1981, quando o australiano terminou na terceira colocação — e é justamente esse o carro que foi homenageado em Indianápolis.

Hoje a Theodore Racing é comandada por Teddy Yip Jr., filho do empresário, e não existe como uma equipe nos moldes tradicionais. Ela participa de algumas corridas em parceria com times já estabelecidos, onde promove sua marca — como é o caso do acordo feito com a Craft-Bamboo para as 8 Horas de Indianápolis.

Por causa dessa ligação com a Theodore Racing, a Mercedes de Marciello e cia. foi pintada de branco, com o capô e o teto em vermelho.

Homenagem à Nascar?

Cá entre nós, um carro branco com teto vermelho é a histórica pintura da equipe Wood Brothers, que corre na Nascar desde a década de 1970, quase sempre com o número 21.

Neste ano, o tradicional layout da Wood Brothers vem aparecendo menos na Nascar, já que Harrison Burton, o atual titular do 21, levou alguns de seus patrocinadores ao time para assegurar a vaga.

Vendo a imagem abaixo, a Mercedes vencedora das 8 Horas de Indianápolis (da foto do topo) é ou não é a cara do Ford da Wood Brothers? Dá até para dizer que a equipe Craft-Bamboo mirou sua homenagem na Indy, mas acabou acertando na Nascar.

Você pode clicar aqui para conferir os resultados completos do IGTC em Indianápolis, assim como os das principais categorias do automobilismo mundial no fim de semana.

Ford Fusion, de Ryan Blaney, na equipe Wood Brothers da Nascar, nos pits, com pintura branca e capô e teto vermelhos
A tradicional pintura em vermelho e branco da equipe Wood Brothers, da Nascar, na época que tinha Ryan Blaney como piloto – foto: fullmentalFic/CC BY 2.0
Publicidade