O mistério acabou. A Porsche aproveitou as comemorações do tradicional Festival de Goodwood, no Reino Unido, para apresentar seu novo protótipo LMDh, que vai disputar o WEC e a Imsa a partir de 2023, em parceria com a Penske.

Além de exibir o novo carro, a marca confirmou seus oito primeiros contratados: Felipe Nasr, Kevin Estre, Michael Christensen, André Lotterer, Laurens Vanthoor, Matt Campbell, Mathieu Jaminet e Dane Cameron.

A fabricante ainda não apontou quem vai dividir cada carro nem qual piloto disputará o WEC e qual estará na Imsa. Mas a tendência é que todos eles estejam presentes nas 24 Horas de Le Mans de 2023, quando a montadora irá em busca de sua 20ª vitória na tradicional prova francesa. Confira abaixo 6 curiosidades sobre os novos contratados da Porsche.

Quem são os pilotos da Porsche no WEC/Imsa 2023

1. Pouca experiência na F1

Tanto a Toyota quanto a Peugeot, quando anunciaram que estavam retornando ao WEC, apostaram em nomes com passagem pela F1. A marca francesa, por exemplo, tinha entre seus seis competidores para este ano Paul Di Resta, Jean-Éric Vergne e Kevin Magnussen, mas ficou sem o dinamarquês após o retorno dele à Haas.

Já a Porsche, mesmo tendo confirmado oito pilotos, conta com somente 41 participações em GPs entre eles. Nasr esteve em 40 fins de semana pela Sauber, em 2015 e 2016, enquanto André Lotterer tomou parte do GP da Bélgica de 2014, pela pequenina Caterham e abandonou logo na primeira volta devido a um problema elétrico no carro.

2. Antigos rivais

Falando em Nasr, o brasileiro vai reencontrar um antigo rival na Porsche: o dinamarquês Michael Christensen. O representante de Brasília chamou a atenção do automobilismo mundial em 2009, quando foi campeão de uma categoria chamada F-BMW, equivalente ao que é a F4 hoje (para pilotos saídos do kartismo) e que fazia a preliminar da F1 nas corridas na Europa.

Naquele ano, o grande adversário de Nasr tinha sido justamente Christensen. E a temporada foi marcada por uma polêmica. O dinamarquês tinha sido desclassificado da segunda bateria da etapa de Hungaroring por uma suspeita de estar com um motor adulterado, com maior potência. Mas a Mücke, equipe para a qual competia, recorreu da decisão. Enquanto o caso não era julgado, o europeu corria normalmente e pressionava o brasileiro na luta pela ponta da tabela.

No fim, a justiça desportiva não só manteve a desclassificação de Christensen como o excluiu das duas rodadas duplas seguintes. Com seu principal adversário fora da disputa, Nasr (que seria campeão mesmo sem a punição ao rival) conquistou a taça com facilidade, o que lhe abriu diversas portas no caminho rumo à F1.

3. Pouca experiência também nos monopostos

Nasr fez uma longa carreira nas categorias de base e conseguiu chegar à F1. Mas ele é uma exceção no novo plantel da Porsche. A maior parte dos seus colegas ficou poucos anos nos carros de fórmula e assinou com da montadora alemã (seja no time júnior, seja como profissional) quando ainda estava dando os primeiros passos no esporte a motor.

Christensen, por exemplo, participou de duas temporadas da GP3 (como a F3 era chamada) após sua passagem pela F-BMW e logo acertou com a Porsche.

Estre e Jaminet nunca foram além da F-Renault, e Campbell andou de F-Ford só quando ainda era adolescente na Austrália. Já Cameron, no início dos anos 2000, teve destaque nas categorias que hoje fazem parte do Road to Indy, mas nunca recebeu oportunidade na categoria principal.

4. Duplas famosas reconhecidas

Dá até para dizer que a Porsche valorizou quem anda se destacando em seus carros com a promoção aos protótipos. Jaminet e Campbell, por exemplo, venceram as 24 Horas de Daytona deste ano (ao lado de Felipe Nasr). Já Estre e Christensen correm juntos no WEC desde 2017, sendo que em 2018 levaram a melhor nas 24 Horas de Le Mans e foram campeões na divisão GTE-Pro.

Então já é certo que Jaminet/Campbell e Estre/Christensen vão estar no mesmo carro a partir de agora para aproveitar o entrosamento, correto?

Depende. Para a Porsche, nem sempre em time que está ganhando não se mexe. A parceria formada por Earl Bamber e Nick Tandy triunfou nas 24 Horas de Le Mans na classificação geral, mas essa foi praticamente a última vez que correram juntos. Quando a montadora aposentou seu protótipo, os dois pilotos foram transferidos para a Imsa, e cada um acabou colocado em um carro diferente na divisão GTLM.

Nessa época que surgiu outra dupla famosa da história da Porsche, a BamThor, formada por Bamber e por Laurens Vanthoor.

5. O auge de Laurens Vanthoor

Por falar no belga, brigar pela vitória nas 24 Horas de Le Mans pela Porsche será o grande momento de sua carreira.

Depois de chamar a atenção na F3, Vanthoor ganhou destaque nos carros GT pela Audi, mas nunca recebeu da montadora uma chance em seus principais programas, como o DTM e a Fórmula E.

Por isso, em 2017, decidiu se transferir para a Porsche, a outra grande marca do Grupo Volkswagen. Foi uma notícia bombástica. Na época, o belga era o principal nome da Audi, e transferências assim entre montadoras não eram tão comuns.

Pela Porsche, ganhou as 24 Horas de Le Mans na divisão GTE-Pro e foi bicampeão da Imsa (uma vez em cada divisão de carros GT). Agora, terá a chance de busca a vitória mais importante da sua carreira.

6. Quem serão os outros pilotos da Porsche?

Como a Porsche deverá ter dois carros de fábrica no WEC e outros dois na Imsa, só aí são dez pilotos. Com os oito anunciados nesta semana, restam ao menos duas vagas. Quem será que vai ficar com elas?

Entre os cotados estão o chinês Ye Yifei, que fechou com a marca germânica após quase vencer as 24 Horas de Le Mans do ano passado na divisão LMP2 (o carro que competia teve um problema mecânico na última volta), e o português Antonio Félix da Costa, que vai trocar a Techeetah pela Porsche na Formula E a partir do ano que vem.

Foto do novo protótipo da Porsche, com dianteira branca, centro em vermelho e traseira em preto, visto de lateral
Novo protótipo da Porsche, o 963, visto de lateral – foto: porsche/divulgação
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