Felipe Drugovich conquistou um resultado histórico na etapa da Espanha da temporada 2022 ao se tornar o primeiro piloto da atual versão da F2 a vencer as duas corridas de um mesmo fim de semana.
Feito esse que nomes como Charles Leclerc, George Russell e Lando Norris jamais conseguiram. A última vez que um competidor levou a melhor tanto na prova longa quanto na curta de um fim de semana tinha sido em 2016, quando o campeonato ainda era chamado de GP2 e Antonio Giovinazzi, então na Prema, dominou a rodada de Baku, entrando para valer na luta pelo título daquele ano.
A principal diferença entre o feito de Giovinazzi e o de Drugovich é que agora a inversão do grid acontece entre a classificação e a prova curta, no sábado. Há quase seis anos, era o resultado da corrida longa que tinha seus oito primeiros invertidos para a sprint no domingo.
E por que essa mudança na regra é importante?
É que o domínio do brasileiro na Catalunha começou a ser desenhado quando ele teve um problema na classificação. Drugovich tinha chegado a Barcelona como o favorito à pole, após liderar os testes coletivos e também o único treino livre no traçado espanhol. Mas foi atrapalhado pelo tráfego na tomada de tempo e não conseguiu fazer sua segunda tentativa de volta rápida. Assim, ficou com a décima colocação no grid.
Aí entra a inversão dos dez primeiros, e o brasileiro acabaria herdando a pole-position para o sábado se não fosse uma punição de três posições por ter atrapalhado Theo Pourchaire na classificação. Na prova curta, Drugovich resolveu a fatura logo na largada. Saiu de quarto direto para a ponta e depois apenas controlou a diferença para Ayumu Iwasa para receber a bandeira quadriculada em primeiro.
No domingo, o trabalho era mais complicado, afinal estava largando somente da décima colocação. Foi quando o “Rei do Pneu” entrou em cena.
A nova vitória de Felipe Drugovich na Espanha na F2
Em 2020, Drugovich não estava entre os mais badalados da F2, mas se tornou um dos grandes nomes daquela temporada ao conquistar três vitórias e uma pole, mesmo sendo um novato competindo pela MP, esquadra que não está entre as grandes da categoria.
O segredo do brasileiro era economizar os pneus melhor que os adversários. Como naquele ano as corridas foram disputadas somente no segundo semestre, boa parte delas aconteceu durante o verão europeu, período de mais calor e, portanto, de maior desgaste da borracha.
Drugovich conseguia poupar os compostos tão bem, que era capaz de fazer o pneu macio durar quase tanto quanto o duro, podendo, assim retardar sua parada. Quando retornava dos boxes, estava com a borracha em melhores condições e começava a ultrapassar os outros carros.
Foi exatamente o que ele fez na corrida longa de Barcelona. Drugovich primeiro ganhou três posições nos giros iniciais devido a problemas de rivais. Aí começou a ver seus adversários fazerem a parada obrigatória. Juri Vips, por exemplo, fez a troca na volta sete. Jack Doohan, o líder, na 11. Foi só na 17 que o brasileiro se dirigiu ao pit-lane.
Daí, ao retornar à pista com uma borracha ao menos seis voltas mais nova, Drugovich foi ultrapassando os rivais um a um até assumir a ponta.
Seu único susto foi na parada dos boxes. Além de sofrer uma troca lenta por parte da MP, o brasileiro acabou investigado por ter cruzado a linha de entrada do pit-lane De qualquer forma, ele terminou a corrida com mais de 5s de diferença para Doohan, o segundo colocado, já de olho em compensar qualquer punição.
O domínio de Drugovich foi tanto que somente outros quatro pilotos terminaram a prova com uma diferença inferior a 30s para ele. No restante do grid, houve até quem precisou fazer uma segunda parada nos boxes devido ao desgaste dos pneus no calor.
Drugovich pode ser o campeão da F2 2022?
Com o domínio em Barcelona, o brasileiro reassumiu a liderança do campeonato com 86 pontos, 26 a mais que Pourchaire, o vice-líder. Logan Sargeant, com 42, é o terceiro e tem menos que a metade do piloto da MP.
Será que já dá para pensar em título? Na história recente da F2 ou da GP2, se um piloto alcançasse os 230 seria campeão. (Afinal, o vice com mais pontos da história foi Stoffel Vandoorne, em 2014, com 229).
A F2 mudou algumas regras para 2022. Haverá um recorde de 14 rodadas duplas, e a prova curta distribui menos pontos, além da já mencionada inversão do grid acontecer para o sábado. Por isso, pode haver algumas variações para essa conta de quantos pontos um piloto precisa para ser campeão. Mas, se você quiser ficar com os 230 na cabeça, faltam 144 para o brasileiro.
A próxima etapa da F2 em 2022 é já no próximo fim de semana, em Mônaco.
Você pode clicar aqui para ver os resultados completos da F2 em Barcelona, assim como os das demais principais categorias do automobilismo mundial no fim de semana.

Legal essa matemática de quantos pontos ele precisaria pra ser campeão, pensando por esse lado está perto. Seria interessante fazer uma prévia das próximas corridas, para ter uma ideia em quais a MP será competitiva dada as características de cada circuito. Só uma correção, ele foi investigado pelo mecânico ter deixado o pneu em pé quando deve por deitado durante o Pit.
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“Drugolider” seguramente é o piloto mais bem preparado no atual grid da F2. Tem total domínio do equipamento e ótima leitura de prova, sabendo o que fazer e, melhor, erra muito pouco. Tenho mais medo do Lian Lawson do que Teo Pourchaire mas o piloto da Carlin tem velocidade porém não tem leitura de prova (ainda). E o pessoal da PREMA heim, alguém viu por aí? J. Daruvala só tem dinheiro e talento algum, D. Hauger, uma decepção (acharam que era outro Piastri). Enquanto isso Fittipaldi sem carro, sem Academia da Ferrari, dando show quando o queridinho deles, Arthur Leclerc passa vergonha dois anos seguidos na F3… ai ai ai Ferraaaaaaaaaari.
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Problema do Lawson é a inconsistência e a Carlin, nem o Norris ameaçou ser campeão com a Carlin. O Pourchaire por estar na Art é um candidato muito mais forte (já fez 2 campeões na F2). E o Daruvala pela consistência da Prema e experiência poderia ser um candidato caso os outros errem muito, não é super rápido mas também não é um caso a se deixar de fora visto o carro que tem, mas ele cada vez fica mais pra trás.
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Já estou sofrendo por antecedência ficar sem estas postagens no fim do ano
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