Recuperado do forte acidente sofrido na Árabia Saudita e em busca de ser o sexto integrante da família Fittipaldi a chegar à principal categoria do automobilismo mundial, Enzo Fittipaldi se tornou o segundo brasileiro confirmado na temporada 2022 da F2.

Vai defender a Charouz, mesma equipe pela qual participou de parte do campeonato da F3 no ano passado e também fez sua estreia na principal divisão de acesso da F1. O outro brasileiro garantido é Felipe Drugovich, que retorna à MP.

Apesar de o acordo entre Fittipaldi e a Charouz já ser especulado há algum tempo, o brasileiro foi o penúltimo piloto a ser anunciado no grid da F2 2022. Resta agora somente uma vaga: na Trident. O japonês Teppei Nattori tinha acertado para competir pela esquadra italiana, mas ficou sem o assento depois que um patrocinador desistiu da empreitada.

Voltando ao neto de Emerson Fittipaldi, a chegada à F2 precisa ser o início de certa continuidade no trabalho rumo às principais categorias do automobilismo mundial.

No ano passado, por exemplo, ele disputou três categorias diferentes: começou o ano na Indy Pro 2000, dos EUA, migrou de última hora para a F3 e subiu para a F2 no segundo semestre. Como consequência dessas mudanças constantes, não lutou pelo título em nenhuma delas.

Aliás, a última vez que Fittipaldi disputou um mesmo campeonato por dois anos consecutivos foi na F4 Italiana, em 2017 e 2018. Na época, a continuidade e a experiência acumulada deram certo, e ele foi o campeão da F4 Italiana em 2018, com sete vitórias em 21 corridas, derrotando pilotos como Oli Caldwell, hoje na academia da Alpine, e Grégoire Saucy, atual campeão da F-Regional by Alpine.

O bom começo de Enzo Fittipaldi na F2

Mas Fittipaldi não vai começar a F2 2022 totalmente cru. Dá até para dizer que ele já começou o processo de adaptação à categoria, por ter disputado três etapas no segundo semestre do ano passado, pela mesma equipe Charouz, a qual vai defender na atual temporada.

Foi em uma dessas corridas, na Arábia Saudita, que se envolveu em um forte acidente na largada, quando acertou o carro de Theo Pourchaire, que havia ficado parado no grid, fraturou o calcanhar e só está voltando agora às competições.

Isso significou que ele perdeu os três dias de testes de pós-temporada, realizados em dezembro em Abu Dhabi, enquanto praticamente todos os seus concorrentes tiveram essa atividade para acumular quilometragem e a começar a fazer ajustes no equipamento para 2022.

Se o brasileiro não participou da pós-temporada, ao menos ele pode ficar otimista com a rápida adaptação que teve à F2. Nas oito corridas de que tomou parte no fim do ano passado, conseguiu somar seus primeiros pontos ao ser sétimo colocado em uma das baterias em Jeddah, graças principalmente ao seu bom ritmo de corrida, qualidade que já vinha mostrando nos anos de F3. A tendência, portanto, é que consiga evoluir ao longo de 2022.

De qualquer forma, como Fittipaldi corre pela Charouz (que ficou na penúltima posição no campeonato de equipes de 2021) e tem pulado de categoria em categoria, nem seria justo exigir que ele já lutasse por vitórias e por títulos. É melhor pensar que sua passagem pela F2 será de longo prazo e que poderá estar na briga pelas primeiras colocações conforme for se aclimatando.

Você pode clicar aqui para conferir como o grid da F2 2022 está sendo montado.

Enzo Fittipaldi está liberado pelos médicos após a lesão sofrida na F2 no ano passado – foto: dutch photo agency/rf1/divulgação
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