Foi um absurdo a Mercedes ter escolhido George Russell após três anos de altos e baixos e poucos resultados.
Mas, calma! Não estou falando sobre o piloto britânico ter substituído Valtteri Bottas para ser companheiro de Lewis Hamilton a partir da temporada 2022 da F1.
A decisão polêmica, que é assunto deste post, aconteceu no fim de 2016, quando Russell assinou contrato para fazer parte da academia de jovens pilotos da Mercedes após duas temporadas sem brilho na F3 Euro.
Em 2016, Russell estava em seu segundo ano na F3 Euro e ainda buscava se firmar nas categorias de base dos monopostos.
O início da carreira de George Russell, da Mercedes
Desde que estava no kartismo, o britânico era apontado como alguém a ser observado de perto. Ele ficou mais conhecido por ter sido companheiro de equipe de Max Verstappen na época. O holandês levou a melhor na maior parte das vezes, é verdade, mas Russell tinha feito jogo duro e impressionado.
Seu início nos monopostos foi marcado por altos e baixos. Em 2014, Russell foi campeão da F4 Inglesa, mas essa categoria nem tinha um grid tão forte assim. Naquele mesmo ano, ele também competiu na F-Renault Alps, um campeonato de base bastante popular na Itália e que também contava com Charles Leclerc e Nyck de Vries, entre outros. O britânico obteve só um pódio e outros três top-5 em 12 corridas disputadas.
Em 2015, ele subiu para a F3 Euro, correndo pela Carlin, e os resultados continuaram a minguar. Foram 30 corridas , com uma vitória e outros dois pódios, resultando em um sexto lugar na tabela.
Nesses primeiros anos nos monopostos, seus momentos de maior destaque tinham sido a pole no tradicional GP de Macau de F3 e uma vitória na F-Renault Eurocup, categoria em que participou de algumas poucas corridas como convidado.
Por isso, Russell entrou em 2016 precisando mostrar resultado. O talento do britânico nunca foi questionado, mas os altos e baixos pesavam contra ele na hora de ser apontado como um dos favoritos ao título. Também não ajudava andar pela Hitech, equipe que estava estreando na F3 naquele ano e contava também com Ben Barnicoat e com Nikita Mazepin.
Russell obteve duas vitórias e oito pódios, terminando o campeonato em terceiro. Não foi um resultado ruim, mas continuava típicos de um piloto inconstante.
Só que a F3 Euro de 2016 foi uma categoria atípica.
Assim como Russell, Lance Stroll também estava em seu segundo ano na categoria, e o pai do piloto, Lawrence Stroll, tinha investido pesado na Prema, onde o filho corria, para garantir a taça.
Stroll tinha acesso ao melhor equipamento disponível, testes intermináveis, peças sobressalentes e aos principais engenheiros da F3. E também ao jogo de equipe. O quarteto da Prema tinha sido montado de uma forma que ninguém pudesse fazer frente ao canadense.
Stroll realmente terminou como o campeão, com 14 vitórias, sendo sete nas últimas nove corridas. Maximilan Gunther, também da Prema, foi o vice, com Russell em terceiro.
Olhando só os resultado, o ano de Russell não tinha sido bom. Ser o terceiro colocado na tabela com somente duas vitórias em um ano em que precisava lutar pelo título era pouco. Por isso, o próprio britânico considerou um absurdo quando a Mercedes o procurou para fazer parte de sua academia de jovens pilotos e levá-lo para a GP3 no ano seguinte.
Mas com o apoio da Mercedes tudo mudou, Russell deixou a inconsistência do início da carreira para trás e correspondeu a todas as expectativas colocadas nele desde a época do kartismo.
Foi campeão da GP3, com quatro vitórias em 15 corridas, e da F2, com sete triunfos em 24 provas, assegurando, assim, sua promoção para a F1. E a partir de 2022 ele defenderá a equipe de fábrica da Mercedes na principal categoria do automobilismo mundial, mostrando que a aposta feita nele no fim de 2016 foi mais do que acertada.

Pena que a Ferrari nao teve o mesmo “carinho ($)” com o brasileiro Gianluca Petecof
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