Fernando Alonso é conhecido por ter uma relação complicada com seus companheiros de equipe na F1. O espanhol sempre quer ter as melhores condições para andar na frente, mesmo que isso signifique prejudicar o outro piloto do time, acabar com o clima da escuderia e irritar patrocinadores e montadoras.

E isso sem falar nas polêmicas esportivas, como ter bloqueado Lewis Hamilton na classificação do GP da Hungria de 2007, quando começou a guerra entre eles na McLaren, ou no Cingapuragate.

Quando Alonso decidiu voltar à F1 em 2021, havia dúvidas se ele realmente poderia contribuir com a Alpine. Afinal, estava afastado da principal categoria do automobilismo mundial havia dois anos, e o próprio clima na escuderia francesa não era bom, com os pilotos normalmente sendo apontados como culpados pela falta de pódios e vitórias.

Mas quis a ironia do destino que coube justamente a Alonso fazer o papel de segundo piloto da Alpine, no GP da Hungria de 2021, para garantir a vitória de seu companheiro, Esteban Ocon.

Na etapa louca de Hungaroring, o francês não teve um bom ritmo de prova. Tanto que a diferença para Sebastian Vettel, o segundo colocado, ficou abaixo dos 2s na maior parte do tempo.

O que salvou a ambos é que Nicholas Latifi, da Williams, estava em terceiro logo após a relargada, segurando o resto do pelotão. Uma vez que o canadense saiu da briga, Carlos Sainz, Alonso e, é claro, Lewis Hamilton começaram a se aproximar.

Hamilton, sem dúvida nenhuma, tinha o carro mais rápido da pista. Mas o erro da Mercedes ao não chamá-lo aos boxes após a bandeira vermelha o obrigou a fazer uma nova parada, já no fim da corrida, para colocar pneus médios mais novos e brigar pela vitória.

A briga de Alonso e Hamilton na Hungria

Foi aí que Alonso brilhou como escudeiro. Apesar de estar com pneus mais antigos por ter feito a parada mais de dez voltas antes de Hamilton – e pilotando pela Alpine, bem menos competitiva que a Mercedes -, o espanhol conseguiu segurar seu antigo companheiro de equipe por mais de dez voltas.

Hamilton, aliás, só conseguiu a ultrapassagem porque, no 65º dos 70 giros, o espanhol retardou a freada para se proteger dos ataques, travou a roda e deu uma pequena escapada na primeira curva.

Mas o tempo que o heptacampeão da Mercedes perdeu atrás de Alonso foi fundamental para que ele não conseguisse chegar em Ocon nem em Vettel. Tanto que a diferença de Hamilton para o vencedor foi de menos de 3s.

Após a prova, Alonso reconheceu que dessa vez precisou fazer o papel de escudeiro e comemorou junto com Ocon o triunfo na Hungria. Mas resta ver se o bicampeão da F1 enfim acalmou e está pronto para trabalhar em equipe ou se em breve ele voltará a tentar monopolizar as atenções dentro da Alpine.

Você pode clicar aqui para ver os resultados completos do GP da Hungria da F1, assim como os das principais categorias do automobilismo mundial no fim de semana.

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Fernando Alonso ter segurado Lewis Hamilton foi fundamental para a vitória de Esteban Ocon – fotos do post: alpine/divulgação