Felipe Drugovich conquistou no Bahrein sua terceira vitória na temporada 2020 da F2. O resultado é bastante importante para ele. Não só porque foi seu primeiro triunfo em um corrida principal da categoria (as demais tinham sido em provas com o grid invertido), mas porque se trata da primeira liderando a equipe MP.
Até a rodada de Mugello, realizada em meados de setembro, o brasileiro tinha o veterano Nobuharu Matsushita como companheiro. O plano inicial era que o nipônico, cuja estreia na F2 tinha sido lá em 2015, é que pudesse levar a escuderia holandesa a brigar por vitórias e pelo título na F2 2020.
Hoje nós sabemos que não foi isso o que aconteceu. Drugovich superou o companheiro desde a primeira corrida do ano, os dois, inclusive, se enroscaram em um forte acidente em Spa-Francorchamps, e Matsushita acabou voltando ao Japão dizendo que não tinha mais clima para continuar na F2.
Ainda assim, estamos falando em um piloto que tinha mais de 100 corridas de experiência no campeonato e podia ajudar a equipe MP a trabalhar no acerto do carro e na estratégia para cada prova.
Com a saída de Matsushita, Drugovich passou a ser o principal nome da MP. Para o lugar do nipônico, veio Giuliano Alesi. É verdade que o francês já está em seu segundo ano na F2, mas ele ainda não se firmou no campeonato. Tanto que tinha tomado parte de 18 provas pela HWA no começo da temporada e marcado pontos somente uma vez.
Na primeira etapa juntos, na Rússia, a parceria formada por Drugovich e por Alesi não funcionou, e nenhum dos dois terminou na zona de pontos.
Mas tudo mudou da água para o vinho no Bahrein — apesar de Drugovich ter admitido em uma entrevista não saber exatamente a razão dessa melhora repentina. O brasileiro se classificou em segundo, mostrando mais uma vez que as tomadas de tempo se tornaram seu ponto forte, enquanto o companheiro ficou com o sexto posto no grid.
Essa foi a terceira vez em 2020 que Drugovich conseguiu colocar seu carro na primeira fila. Ele, aliás, já tinha sido pole-position em Silverstone, mas aquele foi uma corrida bastante complicada para o brasileiro. Foi superado por Mick Schumacher logo na largada e depois a estratégia não deu certo, fechando somente em sétimo.
Como foi a vitória de Felipe Drugovich na F2
Dessa vez, foi o oposto, e tudo deu certo para Drugovich. Se em Silverstone a largada foi um problema, neste fim de semana foi justamente o momento em que ele começou a ganhar a corrida. O brasileiro tracionou melhor que Callum Ilott, que havia partido nna pole, e já era o líder quando os carros saíram das primeiras curvas.
Estando na ponta, Drugovich tinha condições de cuidar melhor dos pneus que seus adversários. Ele contava com o ar limpo, que desgasta menos a borracha, e também poderia administrar o ritmo de prova.
Economizar a borracha tem sido um dos pontos fortes do piloto da MP neste ano. Em Barcelona, Drugovich tinha sido tão acima da média que ele conseguira fazer o pneu mais macio durar até mais do que o duro de alguns adversários. Por lá, a vitória só não veio porque dois safety-car no meio da corrida acabaram beneficiando outros competidores.
Dessa vez não teve carro de segurança. Drugovich, que havia largado com o composto médio, o menos resistente, fez a parada nos boxes para a troca obrigatória na 16ª das 32 voltas previstas. Assim como aconteceu na Espanha, já era um momento em que alguns pilotos com o pneu mais duro, portanto mais resistentes, já estavam sofrendo com o desgaste. E quem tinha começado com o composto médio já tinha feito a parada algumas voltas antes.
Assim, quando o brasileiro voltou à pista, a situação se inverteu. Ele estava com o duro, então poderia pisar fundo até a bandeirada, não se preocupando tanto com o desgaste do pneu. Já a maior parte dos concorrentes precisou dosar o ritmo para não precisar fazer mais uma parada.
Houve, ainda, um susto para Drugovich. Quando estava com os pneus frios, após o pit-stop, ele travou a roda em duas curvas, sendo ultrapassado por Ilott. Mas aí coube ao representante da MP fazer uso da borracha em melhor condição, algumas voltas depois, para retomar o primeiro posto e receber a bandeirada com quase 15s de vantagem para o segundo colocado.
Como resultado, o brasileiro se tornou o piloto com mais vitórias neste ano, ao lado de Robert Shwartzman e de Ilott, todos com três.
De quebra, Drugovich subiu para a nona posição do campeonato, que pode lhe render dois pontos na superlicença, caso ele consiga manter o posto até o fim da temporada.
Como o brasileiro praticamente não tem mais chances de obter a superlicença neste ano, a tendência é que ele volte para a F2 em 2021. E é aí que ter condições de liderar um time na briga por pódios e vitórias, como fez com a MP no Bahrein, pode fazer a diferença para ele rumo a uma campanha de sucesso de olho na F1.
Você pode clicar aqui para ver os resultados completos de Felipe Drugovich na etapa da F2 no Bahrein, assim como os das demais principais categorias do automobilismo mundial no fim de semana.
Alguma luz sobre a troca de equipe do Drugovich?
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Ele vai testar na pós-temporada, na semana que vem, pela UNI Virtuosi
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Qual a fonte dessa informação, Felipe? queria muito saber
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https://formulascout.com/ilott-f1-teams-should-look-at-virtuosi-bound-f2-rival-drugovich/71860
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Pela entrevista dele, já está quase certo outro ano na F2, mas por outra equipe, certamente uma equipe de ponta.
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Seria realmente importante que fosse uma equipe de ponta!
Algum indício sobre qual equipe poderia ser?
Algumas vagas devem se abrir com as prováveis saídas de Mick e Mazepin…
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Mas se ele chegar perto da superlicença ainda tem como pegar num desses campeonatos de janeiro/fevereiro tipo o TRS ou F3 Ásia, só não sei se seria do interesse dele né.
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