Não é novidade que Alexander Albon tem sua vaga ameaçada na Red Bull para 2021, mas em Imola o piloto tailandês pode ter chegado ao fundo do poço na F1.
Há algumas semanas, Christian Horner, o chefe da equipe rubro-taurina, deu a entender em uma entrevista que a etapa da F1 em Imola seria uma espécie de última chance de Albon garantir sua vaga na escuderia para a próxima temporada.
Afinal, o circuito italiano exige carros com muita pressão aerodinâmica, que é considerado um dos pontos fortes da Red Bull.
Além disso, o piloto começou a semana com Pierre Gasly sendo confirmado na AlphaTauri em 2021. Como o francês, vencedor do GP da Itália, era um dos cotados para subir para a Red Bull, o anúncio da renovação servia para tirar o peso da concorrência dos ombros de Albon.
Mas, no chamado GP da Emilia-Romagna, o tailandês decepcionou mais uma vez. Largou em sexto, rodou sozinho quando foi ultrapassado por Sergio Pérez, da Racing Point, e finalizou somente em 15º, sendo o último entre os que receberam a bandeira quadriculada.
Com o resultado, seu jejum de pontos aumentou. Nas últimas seis provas, terminou somente duas vezes entre os dez primeiros: com o pódio em Mugello (o primeiro de sua carreira na F1) e o décimo lugar na Rússia.
Ao mesmo tempo, Max Verstappen, seu companheiro na Red Bull, tem 100% de aproveitamentos em pódios neste ano: em todas as corridas que terminou foi entre os três primeiros.
Não que a Red Bull espere Albon disputando posições com Verstappen todas as corridas. Mas a equipe precisa de seu piloto ao menos sendo o melhor do resto do grid. Ainda mais que essa temporada nem está tão complicada para a esquadra. Afinal, a Ferrari não tem andado bem, e Renault e Racing Point melhoraram, mas ainda não encaram de igual para igual os times grandes.
Mas nem isso Albon tem cumprido. Sem falar do pódio em Mugello, somente uma vez (na Estíria) ele foi o quarto colocado, atrás do trio formado por Lewis Hamilton, Valtteri Bottas e Verstappen. E no GP dos 70 anos da F1 o tailandês terminou atrás desses três competidores e também de Charles Leclerc, caso considerarmos que perder para a Ferrari possa ser um resultado aceitável. Em todas as outras etapas, Albon foi derrotado por pilotos com, na teoria, equipamentos piores que o dele.
E com o desempenho de Imola o tailandês agora tem números piores em 2020 que Daniil Kvyat e Pierre Gasly nas temporadas em que foram rebaixados da Red Bull.
Albon x Gasly x Kvyat na Red Bull
Albon marcou 64 pontos em 13 GPs até agora neste ano, uma média de 4,9 pontos por prova. Ele obteve um pódio, mas terminou três vezes (sem contar abandonos) fora da zona de pontos.
No ano passado, Gasly tinha obtido 63 pontos em 12 corridas pela Red Bull até ser trocado justamente por Albon no meio da temporada. Era uma média 5,25 pontos por prova (maior que do tailandês atualmente) e nenhum pódio conquistado. Ao menos só uma vez ele ficou fora do top-10.
Já Kvyat, somando toda sua passagem pela Red Bull, conquistou dois pódios, mas também teve três provas longe dos dez primeiros. Nesses 23 GPs, acumulou 116 pontos, sendo um pouco mais de 5 por corrida.
Com um desempenho assim, fica difícil a Red Bull justificar a permanência de Albon na equipe em 2021. Afinal, se Gasly e Kvyat foram rebaixados quando tinham números melhores, por que o tailandês deveria ser mantido?
Você pode clicar aqui para ver os resultados completos do GP da Emilia-Romagna da F1 2020 e também das demais principais categorias do automobilismo mundial no fim de semana.
