Duas pilotas brasileiras, Julia Ayoub, de 15 anos, e Antonella Bassani, de 14, estão entre as oito classificadas para a penúltima fase da seletiva Girls on Track, promovida pela FIA e que pode valer uma vaga na Academia da Ferrari.
O Girls on Track é mais uma das iniciativas – ainda tímidas – da FIA para tentar aumentar o número de mulheres competindo no automobilismo.
Nessa seletiva, 20 competidoras com idade de 12 a 16 anos foram selecionadas entre mais de 100 inscritas para passar algumas semanas participando, na França, de testes físicos, avaliações de desempenho e treinos de kart. Eram 20, passaram a ser 14 e agora restam oito no briga por uma vaga na Academia da Ferrari, além de uma temporada completa paga de F4 na Europa.
As duas brasileiras, ao lado das outras seis selecionadas, agora vão ter três dias de treinos em carros de F4 em Paul Ricard, de 2 a 4 de novembro. Depois, quatro dessas pilotas serão escolhidas para irem a Maranello, na casa da Ferrari, onde acontece a última avaliação.
Ayoub é considerada uma das concorrentes mais fortes na briga pela vaga por causa dos bons resultados que teve no kartismo internacional. No ano passado, ele foi a vencedora de uma seletiva mundial que valia uma bolsa para competir pela equipe de fábrica da Birel ART no Europeu e no Mundial de Kart.
Outras candidatas para ficarmos de olho é a britânica Jessica Edgar, a holandesa Maya Weug (que também ganhou a mesma seletiva que Ayoub no ano passado) e a francesa Doriane Pin, que já fez a transição do kartismo para os carros.
Mas a favorita absoluta à Academia da Ferrari é a japonesa Juju Noda, considerada um fenômeno do automobilismo desde quando tinha nove anos de idade e que, em 2020, já ganhou corrida e largou na pole na F4 Dinamarquesa, onde compete.
Aliás, no meio da semana houve uma polêmica envolvendo Noda, uma vez que ela não aparecia entre as 12 classificadas para a terceira fase da avalição. Teria ela sido eliminada precocemente, mesmo com todo o favoritismo? Nada disso. É que como ela já compete de F4, não precisou participar dos testes no kartismo.
Bom momento das pilotas brasileiras
Voltando às duas brasileiras, o bom desempenho delas na seletiva do Girls on Track é mais um exemplo da fortíssima geração de pilotas que o país vem formando nos últimos anos.
Além delas, Maria Eduarda Nienkotter foi vice-campeã do Brasileiro de Kart, no ano passado, enquanto Aurelia Nobels integra a academia de pilotos da Shell, ainda no kartismo.
É muito legal ver que no momento em que o automobilismo mundial como um todo tem buscado dar mais espaço para as mulheres, com iniciativas como o Girls on Track e a própria W Series, o Brasil tem conseguido revelar de uma vez só muitas pilotas de alto nível.
Só resta ver se elas terão apoio para seguir a carreira rumo às principais categorias do automobilismo mundial ou se vão depender somente de iniciativas internacionais pontuais como vem acontecendo até agora.
Você pode clicar aqui para conferir as oito pilotas selecionadas para os treinos de F4 do Girls on Track.
foto do topo: morgan mathurin/fia/divulgação
