Com emoção ou sem emoção? Essa pode ser a pergunta feita a Oscar Piastri no início de cada temporada. A resposta do australiano de 19 anos de idade com certeza é com emoção, e foi assim que ele venceu o título da F3 2020, neste fim de semana, em Mugello.
Ele é o não-campeão deste ano porque, após o treino classificatório da sexta-feira, pareciam que suas chances tinham acabado.
Piastri tinha chegado à etapa decisiva com oito pontos de vantagem para Logan Sargeant, um de seus companheiros de equipe na Prema, mas viu a diferença que os separava começar a ruir depois de marcar somente o 16º tempo na tomada de tempo, enquanto o americano foi o quinto.
Na primeira corrida, Sargeant terminou em sexto, enquanto Piastri se recuperou até o 11º posto. Dessa maneira, eles iriam para a corrida decisiva, no domingo, empatados com 170 pontos. De uma forma geral, contando que terminassem na zona de pontos, quem chegasse na frente seria o campeão.
Só que a situação não era exatamente um empate. Pela regra do grid invertido, Sargeant alinhou na quinta colocação, enquanto Piastri partiria apenas de 11º. Parecia que o título tinha escapado das mãos do australiano.
Tudo mudou na segunda curva da prova, quando Sargeant se envolveu em um acidente e abandonou. Piastri campeão? Calma. Ainda era preciso ver onde Theo Pourchaire, que chegara a Mugello correndo por fora na luta pelo título, iria acabar.
Como Piastri cruzou a linha de chegada em sétimo, isso significava que o adversário precisava, ou vencer a corrida, ou ser o segundo e marcar a volta mais rápida da prova. Mas Pourchaire foi o terceiro, para a festa na Austrália.
Aliás, pelo segundo ano consecutivo que o título de Piastri foi decidido nos detalhes. No ano passado, na F-Renault Eurocup, foi a mesma história.
O título de Oscar Piastri na F-Renault 2019
O drama dele em 2019 começou em Hungaroring, etapa que foi disputada debaixo de muita chuva. As condições por lá eram tão ruins que Piastri rodou na volta de apresentação e nem pôde participar de uma das baterias. Devido ao mau tempo, a corrida durou somente três voltas, todas atrás do safety-car, e o triunfo ficou com o francês Victor Martins.
Só que, pela corrida ter sido encurtada, apenas metade dos pontos foi distribuída. No lugar dos 25 de praxe para o vencedor, Martins levou 12,5.
No fim do ano Piastri foi campeão com apenas 7,5 pontos de vantagem para Martins. Os outro 12,5 que não foram dados em Hungaroring por causa da chuva pesada fizeram a diferença na hora de definir o título em favor do australiano.
E, assim, por pequenos detalhes que os títulos da F-Renault Eurocup 2019 e da F3 2020 não foram, respectivamente, de Martins e Sargeant.
Mas também dá para argumentar que, apesar de contar com a sorte, Piastri tem todos os méritos. Tirando a etapa complicada que enfrentou em Mugello, o australiano foi um dos pilotos mais constantes do ano na F3, tendo obtido duas vitórias e outros quatro pódios. Já na F-Renault, ele subiu no degrau mais alto do pódio em sete das 20 provas disputadas.
E no fim um campeonato é decidido por quem vai melhor ao longo do ano. Não por quem andou melhor na prova decisiva. Por isso o título de Piastri na F3 2020 é mais do que merecido.
Você pode clicar aqui para ver os resultados completos da etapa decisiva da F3 2020 em Mugello, assim como os dos principais campeonatos do automobilismo mundial no fim de semana.
