Talvez você já tenha escutado algum fã de Andrea Dovizioso dizer que, se Marc Márquez não existisse, o italiano seria tricampeão da MotoGP.
A lógica dos apoiadores do piloto da Ducati é simples: Márquez é um desses talentos raros, que aparecem uma vez a cada muitos anos. E Dovizioso deu azar de logo na vez dele de ter um equipamento competitivo ter que enfrentar justamente o espanhol da Honda no auge da carreira. Ainda assim, foi muito bem, sendo vice-campeão em 2017, 2018 e 2019.
Só que a situação mudou em 2020. Márquez sofreu um forte acidente no retorno da temporada após a pandemia, quebrou o braço, precisou ser operado e ficou de fora também da segunda etapa da temporada.
Momento de Dovizioso brilhar, certo?
Mas não foi o que aconteceu. O italiano da Ducati até salvou um pódio com o terceiro lugar na abertura do campeonato em Jerez. Mas no GP da Andaluzia, disputado na mesma pista na semana seguinte, ele foi mal. Nem sequer passou para a fase final da classificação e recebeu a bandeirada quadriculada em sexto, bem atrás do trio da Yamaha, que dominou o pódio.
As duas corridas, inclusive, foram dominadas por Fabio Quartararo. O francês estreou na MotoGP no ano passado atropelando, com seis poles e sete pódios. Agora, mais experiente, vem se colocando como principal candidato ao título em uma temporada que não conta, ao menos por enquanto, com Márquez.
Será que já está na hora de os fãs de Dovizioso mudarem a frase e dizer que, se não fossem Márquez e Quartararo, o italiano seria campeão do mundo?
Andrea Dovizioso fica na Ducati em 2021?
Para piorar a situação do italiano, a ascensão de Quartararo coincide com o momento em que ele ainda está negociando a renovação de seu contrato com a Ducati.
Como uma forma de tentar aliviar a crise causada pelo coronavírus, a marca italiana propôs um corte no salário de Dovizioso para que ele renovasse seu vínculo. Já o piloto argumenta que deveria ser valorizado após o tri-vice mundial. Afinal, ele tem sido quem mais chegou perto de Márquez até agora. E olha que o espanhol recebeu um aumento de salário em seu novo contrato com a Honda.
Como os dois lados não conseguiram chegar a um acordo antes da abertura da temporada, o desempenho nas corridas vai acabar pesando nas conversas sobre a renovação. E se Dovizioso não conseguir lutar pelo título justamente na temporada sem Márquez, seu principal argumento para convencer a Ducati a abrir os cofres para pagá-lo cai por terra.
Pior ainda seria um resultado tão ruim em 2020 a ponto de a Ducati perder a confiança nele, preferindo assinar com outro piloto para ser companheiro de Jack Miller.
Por isso as próximas provas podem ser decisivas. A MotoGP agora visitará Brno, Red Bull Ring e Misano, circuitos onde Dovizioso venceu nas últimas temporadas. É a chance de ele recuperar a boa fase, lutar pelas primeiras colocações e, quem sabe, sacramentar sua permanência na Ducati em 2021.
Você pode clicar aqui para ver os resultados completos da MotoGP no chamado GP da Andaluzia, em Jerez, assim como os das principais categorias do esporte a motor no último fim de semana.

Quartararo venceu sete vezes em 2019? Pode isso Arnaldo?
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