Bicampeão da F1, Fernando Alonso está de volta à principal categoria do automobilismo mundial. Afastado dos GPs desde o fim de 2018, ele foi anunciado pela Renault, onde substituirá Daniel Ricciardo, novo contratado da McLaren, a partir de 2021.
Para os fãs de Alonso, essa é uma ótima notícia. O espanhol retorna à equipe pela qual conquistou seus dois títulos mundiais. Também será a chance de acompanhá-lo em um carro mais competitivo do que era a McLaren durante os anos da Honda ou a Toyota, que não tem adversário no Mundial de Endurance.
A F1 também saiu ganhando. Alonso é um dos melhores pilotos dos últimos anos 20 anos – foi duas vezes campeão e disputou o título em outras três oportunidades -, e ter mais uma estrela valoriza o produto. Isso sem falar que o espanhol é muito popular na internet, com seus memes, – além de trazer com ele 2,6 milhões de seguidores no Twitter e 2,8 milhões no Instagram.
E para a Renault também é uma ótima oportunidade, porque a escuderia consegue sair por cima depois de perder Ricciardo, justamente o piloto que, em 2018, tinha sido o escolhido para liderá-la rumo às primeiras colocações.
O anúncio de Alonso na F1 em 2021
Mas o timing do anúncio do retorno de Alonso também serve como uma espécie de cortina de fumaça, uma estratégia para tirar o foco no início ruim da equipe na temporada 2020 da F1.
Os problemas para a Renault, no último fim de semana, no Red Bull Ring, foram inúmeros.
Para começar, Ricciardo abandonou logo no começo da prova, na 17ª das 71 voltas, por causa de uma falha mecânica – a suspeita é de superaquecimento.
A falta de confiabilidade do equipamento é justamente uma das maiores críticas feitas à Renault nos últimos anos. Foi por esse motivo que a Red Bull desfez o contrato que tinha com a marca francesa, mesmo após a conquista de quatro títulos mundiais, e se acertou com a Honda. Um divórcio que rendeu reclamações e acusações mútuas e em público.
Desde então, a Red Bull ganhou três corridas e levou dois de seus pilotos da Toro Rosso, como sua equipe satélite era chamada, ao pódio, sempre com o motor Honda. Já a Renault não triunfou nenhuma vez no período.
Para piorar, no GP da Áustria, Lando Norris levou a McLaren, cujos carros são equipados com o propulsor da Renault, ao terceiro lugar. Foi o segundo pódio da equipe nas últimas três provas realizadas.
E, na outra McLaren, Sainz terminou em quinto. Já Estaban Ocon, na única Renault que completou a prova, foi apenas o oitavo.
Ou seja, se com o mesmo motor a McLaren está terminando na frente, significa que a Renault tem um carro inferior ao da esquadra britânica e/ou não tem pilotos tão bem preparados.
Além disso, a McLaren já anunciou que vai romper o contrato que tem com a montadora francesa no fim desta temporada e usar o propulsor da Mercedes a partir de 2021.
O que esperar de Fernando Alonso na F1 2021?
É claro que o desempenho ruim em uma só corrida não significa que a temporada da Renault esteja acabada. Pelo contrário, é capaz de o time melhorar nas próximas etapas se conseguir fazer os ajustes necessários.
Ainda assim, a contração de Fernando Alonso, e todo o saudosismo dos dois títulos mundiais, serve para ofuscar que a Renault ainda não conseguiu nenhum pódio desde que voltou para a F1, em 2016, e foram pouquíssimas as vezes que seus pilotos terminaram uma corrida entre os cinco primeiros.
Ou seja, o objetivo número 1 do espanhol será fazer a equipe retornar ao top-3 o quanto antes.
Só resta ver se a idade não será um problema para ele. Em 2021, o bicampeão completará 40 anos, quando pode haver uma queda de desempenho. Para se ter ideia, nos últimos 50 anos, apenas uma corrida foi vencida por um piloto acima dos 40 – Nigel Mansell no GP da Austrália de 1994. Assim fica difícil imaginar que Alonso possa levar a Renault ao degrau mais alto do pódio.
Agora, contar com um bicampeão pode servir como motivação para o resto da equipe, de mecânicos a engenheiros, para fazer um carro melhor e capaz de brigar pelas primeiras posições. Se for esse o caso, a contratação de Alonso terá valido muito a pena.
Você pode clicar aqui para ver como o grid da F1 2021 está sendo formado. E aqui para conferir os resultados completos do GP da Áustria de 2020, assim como os das principais categorias do automobilismo mundial no fim de semana.
foto do topo: toyota gazoo racing/divulgação

Vai dar certo! Tem qualidade e vai mudar a mentalidade da equipe, colocar Abitelixo no lugar dele e vai ter mais paciência.
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A equipe contrata um piloto afastado da categoria, porque ninguém mais acreditava nele, pra substituir um piloto, ou dois, que não acreditava no futuro da equipe.
Tudo pra dar errado.
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