A temporada 2019 da F3 foi marcada pelo domínio da Prema, equipe que teve seus três pilotos nas três primeiras colocações. Já o quarto lugar ficou com Juri Vips, que andou pela Hitech. Com três vitórias do piloto estoniano e mais uma do italiano Leonardo Pulcini, o time britânico foi considerado o melhor do resto.
Para 2020 da F3, a Hitech estará com mais sangue nos olhos ainda. É que, além de tentar acabar com a supremacia da Prema, a escuderia contratou três jovens pilotos badalados, mas que ficaram abaixo do esperado no ano passado.
Ou seja, o campeonato deste ano será a chance de eles retomarem suas carreiras e, quem sabe, ficar próximos da F1.
O trio da Hitech na F3 2020
O primeiro é o britânico Max Fewtrell (da foto em destaque), que tem no currículo os títulos da F-Renault Eurocup, em 2018, e da F4 Inglesa, dois anos antes.
Fewtrell tinha chegado à F3 no ano passado como um dos favoritos, afinal ele tinha assinado contrato com a ART, mesma esquadra que levou Charles Leclerc, George Russell e Esteban Ocon à taça da GP3 em anos anteriores.
Mas o britânico decepcionou, conquistou apenas dois pódios – com segundos lugares no Red Bull Ring e em Hungaring – e terminou o campeonato em décimo depois de marcar somente dois pontos nas sete provas finais.
Pior ainda foi ver seu companheiro de equipe e colega na academia da Renault, Christian Lundgaard fechar a temporada em sexto e garantir a promoção para a F2 em 2020 pela mesma ART. O dinamarquês, inclusive, é especulado na F1 no ano que vem caso Daniel Ricciardo decida deixar a Renault.
O segundo piloto da Hitech que precisar dar a volta por cima em 2020 é o neozelandês Liam Lawson.
Em 2019, ele foi contratado pelo Red Bull Junior Team de última hora, graças ao título conquistado na Toyota Racing Series no início do ano. Mas sua passagem pela Europa foi mais conturbada.
Correndo pela equipe holandesa MP, que não está entre as mais fortes, obteve dois pódios, em Silverstone e em Monza, mas ambos em provas com o grid invertido.
Assim como aconteceu com Fewtrell, para ele também pesou a comparação interna. No ano passado, o Red Bull Junior Team teve dois novatos participando da F3: Lawson e o japonês Yuki Tsunoda, que fazia sua primeira temporada na Europa.
Tsunoda alcançou três pódios, com direito a vitória em Monza, para ser o nono na tabela, dois postos acima do companheiro de Junior Team. E, por também contar com o apoio da Honda, garantiu a ida à F2 em 2020, onde andará pela Carlin.
Para terminar a fase ruim do neozelandês, ele foi derrotado na Toyota Racing Series, no começo deste ano, quando tentava defender o caneco. O campeão foi o brasileiro Igor Fraga, que agora também integra o programa de jovens pilotos da Red Bull, ao lado de Lawson e Tsunoda, entre muitos outros.
Dos três pilotos da Hitech em 2020, quem vive o melhor momento é o norueguês Dennis Hauger, também protegido da Red Bull e que foi campeão da F4 Italiana e vice da F4 Alemã no ano passado.
Há duas formas de avaliar os resultados obtidos por ele. A primeira é considerar que nenhum piloto até hoje foi campeão das F4 da Itália de da Alemanha no mesmo ano, e com 18 vitórias, em 2019, Hauger ficou muito próximo dessa façanha.
A outra é entender que ele é inconstante. Da mesma forma que quase levou os dois títulos, também é um piloto que rodou sozinho na primeira etapa da temporada em Oschersleben, enquanto liderava, e perdeu a vitória que havia conquistado no Red Bull Ring, por ignorar bandeiras amarelas. Isso sem contar em uma série de toques entre ele e o brasileiro Gianluca Petecof ao longo de 2019.
E o objetivo de Hauger em 2020 é justamente mostrar que deixou os erros e problemas para trás e que está pronto para liderar o Red Bull Junior Team, brigando por uma vaga na F1 em um futuro não muito distante.
Você pode clicar aqui para ver como o grid da F3 2020 foi formado, incluindo os brasileiros Igor Fraga e Enzo Fittipaldi.
foto do topo: smith007/own work/CC BY-SA 4.0
