Ganassi e Penske, somadas, conquistaram os últimos sete títulos da Indy. Mas na Nascar as duas equipes vivem realidades bem diferentes.
Por lá, a Penske ficou com a taça em 2012, com Brad Keselowski, e em 2018, com Joey Logano, sendo que os dois tinham 28 anos de idade no momento de suas conquistas. Eram, portanto, considerados pilotos mais jovens perto dos padrões da categoria.
Já a Ganassi ainda não obteve seu primeiro caneco. Para tentar sair do zero, a equipe anunciou nesta semana a contatação de Matt Kenseth, o campeão de 2003, para o lugar de Kyle Larson, demitido por fazer comentários considerados racistas.
Aos 48 anos de idade, Kenseth retorna à Nascar após duas aposentadorias – ou tentativas de se aposentar. A primeira foi no fim de 2017, quando acabou substituído por Erik Jones na equipe de Joe Gibbs. A outra foi no ano seguinte, após ser chamado pela Roush, esquadra pela qual foi campeão em 2003, para tomar parte de 15 etapas no lugar de Trevor Bayne, cujos resultados não estavam agradando o time.
Em sua segunda passagem pela Roush, Kenseth teve desempenho modesto, somando apenas dois top-10 nas provas em que participou. Tanto que no fim do ano a equipe não buscou renovar seu contrato e preferiu assinar com Ryan Newman.
Agora, na Ganassi, o veterano piloto se juntará a Kurt Busch, que completará 42 anos em agosto, e foi campeão da Nascar em 2004.
Com dois dos competidores mais velhos do grid, a Ganassi segue no caminho oposto da Penske e busca justamente a experiência para tentar ser mais competitiva.
A volta da Nascar às pistas
O que pode complicar os planos da escuderia é a pandemia do novo coronavírus. Por causa da doença, Kenseth não poderá participar de nenhum treino privado com sua nova equipe nem andar no simulador da Chevrolet para acelerar sua readaptação.
E como a Nascar planeja voltar às pistas em meados de maio, em um momento no qual a doença não deverá estar controlada nos EUA, ela deverá ter um cronograma mais restrito para suas etapas, como menos treinos e até mesmo provas mais curtas.
Por isso, poderá levar algumas corridas até que Kenseth esteja readaptado à categoria e volte a brigar por top-5 e top-10.
E resta ver se a idade não o deixou mais lento. Analistas americanos apontam que os pilotos costumam começar a perder desempenho a partir dos 41 anos. Mas o novo contratado da Ganassi não teve grandes sinais de declínio em sua última temporada pela Gibbs (na foto em destaque), quando obteve duas poles e 18 top-10.
Outro ponto que pode complicar é que dessa vez haverá pressão por resultados. Kenseth nem era o favorito para substituir Larson no carro de número 42, com Ross Chastain aparecendo como mais cotado.
Mas ele ficou com a vaga justamente porque os patrocinadores da Ganassi, como o McDonald’s e o banco Credit One, esperam continuar andando na frente, daí a escolha por alguém com um currículo recheado de conquistas.
Agora resta ver se a opção da Ganassi por veteranos terá resultado semelhante ao bicampeonato obtido pelos jovens da Penske.
foto do topo: toyota gazoo racing/divulgação
