Não deixa de ser curioso que os dois brasileiros mais próximos da F1 sigam caminhos tão opostos neste momento da carreira. Enquanto Pietro Fittipaldi, piloto de testes da Haas, rompeu o contrato que tinha com a equipe B-Max para a disputa da Super Formula em 2020, Sergio Sette Câmara, agora reserva da Red Bull, foi anunciado, nesta segunda, como seu substituto.
Segundo a imprensa internacional, Fittipaldi rescindiu com o time porque, com o quinto lugar na F3 Asiática, já conquistou seu objetivo: a superlicença, documento obrigatório para correr na F1.
Como tinha escolhido a Super Fórmula para obter os pontos que faltavam para a licença, optou por deixar a categoria e se dedicar à função que ocupa na Haas.
Já Sette Câmara seguiu o caminho oposto. Com a superlicença garantida desde o fim do ano passado por ter terminado com a quarta colocação na F2 e sem precisar recorrer a torneios de verão para obter o documento, ele não teve pressa para decidir onde correr em 2020.
Na verdade, seus planos mudaram algumas vezes. A imprensa americana noticiou que o brasileiro ia para a Indy, dividindo um dos carros da Carlin com Felipe Nasr. Depois, ele tomou parte do treino dos novatos da Formula E, foi muito bem e parecia encaminhado para estrear no campeonato ainda neste ano pela Dragon.
Mas foi aí que a Red Bull apareceu e ofereceu para ele a vaga de piloto reserva de seus times na F1, proposta que Sette Câmara prontamente aceitou, uma vez que pode significar a titularidade na principal categoria do automobilismo mundial em 2021.
Diferentemente de Fittipaldi, o piloto mineiro não quis ficar parado nesta temporada, se dedicando somente à F1. Ele aproveitou que a B-Max tinha rompido justamente com o compatriota para assinar com a escuderia e preencher a última vaga em aberto no grid da Super Formula 2020.
Sette Câmara de volta para casa
Aliás, apesar de Sette Câmara nunca ter pilotado no Japão, dá para dizer que ele está voltando para casa.
É porque, em 2015, ele correu pela equipe alemã Motopark na F3 Euro, em seu primeiro ano na Europa. E é justamente a esquadra germânica que cuida de toda a parte de engenharia da B-Max no Japão.
Curiosamente, quando Sette Câmara fez parte do Red Bull Junior Team em 2016 ,ele continuou na própria Motopark. E, agora em 2020, ele voltou tanto para a Red Bull quanto para a escuderia alemã.
Quanto à B-Max, essa é uma das equipe mais tradicionais do Japão, mas a atual passagem pela Super Formula é recente. A esquadra voltou à categoria em 2018 e não pontuou naquele ano. Em 2019, já em parceria com a Motopark, passou a apostar em pilotos estrangeiros, e o desempenho melhorou, tendo obtido dois pódios. Um com Lucas Auer, sobrinho de Gerhard Berger, e outro com Harrison Newey, filho do projetista da Red Bull Adrian Newey.
E apesar de o automobilismo ter parado em boa parte do mundo por causa do novo coronavírus, no Japão, país que tem registrado poucas mortes pela pandemia, o esporte a motor continua. Tanto que os treinos de pré-temporada acontecem nesta semana, em Fuji, e no começo de abril, em Suzuka.
Ou seja, Sette Câmara terá tempo de conhecer o equipamento antes de se preparar para a primeira corrida do ano.
O que está proibido por lá são as corridas, uma vez que se deve evitar as multidões nas arquibancadas. Assim, as duas primeiras provas do ano foram adiadas e, por enquanto, a primeira etapa de 2020 está marcada para o dia 17 de maio em Autopolis.
Você pode clicar aqui para ver como o grid da Super Formula 2020 foi formado.
foto do topo: b-max racing by motopark/quick/divulgação

Sergio foi relativamente bem nos testes. Creio que é muito mais piloto que o Pietro pelos resultados que teve. Com certeza teve um dedo da Red Bull nessa vaga na Super Formula. Acho quase certo que ele ou Vips vai ter uma vaga na Alpha Tauri ano que vem, o complicado vai ser ele vencer o Vips em uma equipe pior (e talvez tendo menos talento, o Vips é muito bom).
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Você já está dando spoiler sobre um dos meus próximos textos (sobre o treino da Super Formula)!
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