E o Red Bull Junior Team continua nos surpreendendo.Depois de colocar Sergio Sette Câmara como reserva das duas equipes da fabricante de energéticos na F1, agora foi a vez de Igor Fraga, campeão da Toyota Racing Series, ser anunciado como mais novo integrante da iniciativa rubro-taurina.
É uma ótima notícia para um piloto que durante muitos anos teve problema para fechar o orçamento necessário para correr – tanto que o levou a se dedicar às competições de games e simuladores, onde ganhou muito destaque.
Por outro lado, a notícia vem um pouco tarde. Antes de saber que contaria com o apoio da Red Bull, Fraga já tinha acertado com a equipe Charouz para a disputa da F3 em 2020. Essa não é uma das principais escuderias do grid. No ano passado, terminou o campeonato na oitava colocação entre as dez participantes.
Além disso, o brasileiro é o quarto piloto apoiado pela fabricante de energéticos confirmado na F3 2020. Todos os demais estão em equipes melhores. Liam Lawson, seu rival na Nova Zelândia, vai correr pela Hitech – vice-campeã de 2019 -, assim como o norueguês Dennis Hauger, que acaba de subir da F4 Italiana.
E Jack Doohan, que teve bons resultados na Ásia, mas ainda não estourou na Europa, competirá pela HWA, quinta colocada em 2019.
O problema, portanto, é caso o equipamento da Charouz não permita que Fraga mostre todo o talento que tem e o deixe na mão na hora de conquistar bons resultados. Pior é se ele terminar atrás dos seus colegas de Red Bull Junior Team na tabela, ainda mais levando em conta que Helmut Marko, coordenador do programa, não tem muita paciência.
Do lado do copo meio cheio, correr por uma equipe mais fraca também é uma chance de um piloto brilhar. É fazer as pessoas pensarem “se ele está indo bem com a Charouz, imagina se fosse com um time de ponta”. Essa cenário pode levá-lo a uma escuderia mais competitiva em 2021.
As opções de Igor Fraga na F3
Outra opção seria Fraga se inspirar justamente em seu antigo rival. No ano passado, Lawson esteve em uma situação muito parecida com a do brasileiro. Ele tinha acabado de vencer a Toyota Racing Series – contra o favorito Marcus Armstrong – quando foi contratado pelo Red Bull Junior Team.
Foi colocado na F3 na MP, uma esquadra um pouco melhor que a Charouz, mas que também estava longe do topo da tabela. Teve dificuldades. Lawson conquistou dois pódios (ambos em corridas com o grid invertido) e encerrou o ano em 11º na tabela, ficando atrás de Yuki Tsunoda e Juri Vips, os outros dois pilotos do Junior Team no certame.
Mas a F3 não foi a única categoria que o neozelandês disputou em 2019. Ele também tomou parte da Euroformula Open como forma de acumular mais quilometragem nas pistas europeias. Por lá, impressionou ao ficar com o vice-campeonato, com direito a quatro vitórias, mesmo tendo ficado de fora de duas etapas por choques de agenda.
Assim, talvez fosse uma boa opção para Fraga disputar outro campeonato junto com a F3 em 2020, para se manter afiado e brigando pelas primeiras colocações. Mas a epidemia do novo coronavírus pode se tornar um problema. Como pode levar meses para as competições recomeçarem, pode haver, por exemplo, diversos choques de data entre Euroformula Open e F3 conforme as provas adiadas forem remarcadas, praticamente impossibilitando a participação nas duas categorias.
O jeito, portanto, é começar a impressionar a Red Bull desde já, rumo a uma vaga na F1.
Você pode clicar aqui para ver o grid completo da F3 2020.

Creio que nesta questão de estar correndo por uma equipe mais fraca é algo que sempre é levado em consideração dentro da Red Bull, tanto que dificilmente colocam seus pilotos em equipes de ponta, creio que se sobressair em uma equipe pequena mostre mais talento. Vamos esperar para ver, difícil prever essa temporada da F3, creio que não vai ser como ano passado.
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