Como será o futuro da Indy? Quem queria saber como a categoria americana poderá estar nos próximos anos bastava dar uma olhada nos treinos que aconteceram no circuito de Sebring, nesta semana.
A atividade contou com quatro equipes presentes. A McLaren escalou Oliver Askew para guiar seu único carro disponível, enquanto Rinus VeeKay foi o piloto a bordo do equipamento da Carpenter. Rivais desde a época da USF2000, eles foram campeão e vice na Indy Lights no ano passado e vão brigar pelo prêmio de novato do ano do certame principal agora em 2020.
O terceiro carro em Sebring foi o de uma velha conhecida da Indy: o da equipe Dreyer & Reinbold. A esquadra disputou a temporada completa da categoria de 2000 a 2012, mas desde então praticamente só tem participado das 500 Milhas de Indianápolis.
Para este ano, a escuderia ampliou o cronograma. Além de correr a Indy 500, vai andar em São Petersburgo, Toronto e no circuito misto de Indianápolis, sempre com Sage Karam, campeão da Indy Lights em 2013, como titular.
O teste também marcou a presença do aeroscreen, a versão da Indy do halo usado na F1. Mas o novo aparato não foi a principal atração em Sebring. Todas as atenções estavam voltadas para o quarto carro em ação: o da equipe Penske.
A bordo dele, não era nenhum titular, apesar de Josef Newgarden, Simon Pagenaud e Will Power estarem no circuito da Flórida.
Quem o guiou foi Scott McLaughlin, atual bicampeão da Supercars, da Austrália, onde compete justamente pela Penske.
Nos últimos anos, o piloto tem sido imbatível por lá. Foi vice-campeão em 2017, após jogar o título fora ao ser punido diversas vezes na última corrida do ano, se recuperou em 2018, ficando com a taça pela primeira vez na carreira. E dominou em 2019 com 17 vitórias em 30 corridas.
Na temporada passada, por duas vezes a organização da Supercars tentou equalizar o equipamento da Ford, usado por McLaughlin, com o da Holden, dos rivais, como uma tentativa de frear o piloto da Penske. Só na segunda vez que mexeram nas regras é que deu certo, e as corridas ficaram competitivas. Mas a vantagem do neozelandês na tabela de pontos era tão grande, que o bicampeonato já estava praticamente assegurado.
Alguém pode pensar que o teste de McLaughlin em Sebring era um prêmio pelo título conquistado na Austrália. Afinal, a própria Penske já tinha promovido uma atividade parecida com Brad Keselowski, seu piloto na Nascar, há alguns anos.
Scott McLauglin na Indy 2020?
Mas no caso de McLaughlin não era apenas um presente. Nos últimos anos, ele já tinha afirmado que queria correr nos EUA, uma vez que sua carreira na Supercars acabasse.
A Penske concordou com a mudança, mas colocou duas condições: vencer o título na Austrália e ganhar a tradicional prova de Bathrust, a principal no calendário.
McLaughlin agora não só é bicampeão da Supercars, como enfim triunfou na montanha no ano passado, abrindo caminho para mudar de categoria. Em 2020, ele vai continuar tomando parte da temporada completa na Austrália, mas o plano é que corra pela Penske nos EUA quando o calendário permitir.
Segundo a imprensa americana, há negociações para que ele participe da pré-temporada da Indy, no fim de fevereiro, no Circuito das Américas. Mas por ser uma atividade oficial do calendário, ele precisaria estar confirmado em alguma corrida de 2020 para poder tomar parte do treino.
Por essa razão, ainda não está confirmado se McLaughlin voltará ao carro da Indy ainda neste ano. Mas a tendência é que o piloto apareça nos EUA cedo ou tarde.
E, no teste cheio de caras novas da Indy em Sebring, quem levou a melhor foi Veekay, que registrou o tempo não-oficial de 52s3. Askew, com 52s8 veio logo atrás, seguido por McLaughlin, com 53s3.
É verdade que o resultado não parece promissor para o piloto da Penske em um primeiro momento. Mas vale lembrar que essa foi a primeira vez dele guiando um carro de fórmula em dez anos. Sua única experiência com esse tipo de equipamento tinha sido em 2010, quando participou de algumas etapas de Fórmula Ford, na Austrália, logo depois de sair do kartismo. De lá para cá, toda sua experiência tem sido em carros de turismo. Bem diferente de Veekay e Askew, que militaram nas categorias de acesso da Indy por anos.
Você pode clicar aqui para ver como o grid da Indy 2020 está sendo formado.
foto do topo: michael l. levitt/lat/chevrolet/divulgação
Perto do aeroscreen o halo parece lindo. O carro da Indy, que já tinha um visual estranho, ficou pavoroso.
CurtirCurtir