A reformulação do Red Bull Junior Team continua para 2020.
Depois de Dan Ticktum ter sido demitido no meio deste ano e Pato O’Ward ter sido liberado para assinar com a McLaren na Indy, a iniciativa rubro-taurina anunciou nesta sexta-feira, dia 13, a rescisão de Lucas Auer.
Segundo Helmut Marko, consultor do programa, o austríaco é considerado velho para os padrões Red Bull (tem 25 anos, sendo que a fabricante de energéticos costuma levar pilotos com menos de 20 para a F1) e praticamente não tem pontos na superlicença, o documento obrigatório para quem quer chegar à principal categoria do automobilismo mundial.
A justificativa até faz sentido. Se Auer não estava nos planos da Red Bull para 2020, o melhor é que ele seja liberado o quanto antes para procurar uma vaga em alguma outra categoria do esporte a motor, certo?
Errado. O argumento da Red Bull faria sentido se o austríaco tivesse passado por um 2019 decepcionante. Mas a ralidade é que a situação de Auer há um ano, quando assinou contrato com a marca, era exatamente a mesma. Ele já tinha 24 anos de idade e seus pontos na superlicença (oito dos 40 necessários) eram em decorrência de um sexto e um sétimo lugares obtidos nos dois anos anteriores pelo DTM.
E neste ano a fabricante de energéticos o tinha colocado para competir na Super Fórmula, do Japão, que dá 25 pontos ao campeão. Ou seja, mesmo que ele conquistasse o título ainda estaria impedido de avançar à F1 em 2020.
Para piorar, ele tinha assinado contrato para competir pela B-Max, uma equipe japonesa que havia estreado na Super Formula em 2017 e que em seus dois primeiros anos só tinha terminado uma única corrida entre os dez primeiros colocados, tornando a vida do austríaco ainda mais complicada.
Lucas Auer na Super Formula 2019
A grande aposta da escuderia para a temporada era uma parceria com o time alemão Motopark, vindo da F3 Euro. A união até deu certo, e Auer conquistou um pódio, fechando o ano com a nona colocação na tabela, mas não foi o suficiente para que a Red Bull continuasse apostando nele.
Para encerrar, desde o começo já estava claro que Auer não estava dentro do padrão buscado pela Red Bull. Ele já era considerado velho, tinha carreira profissional estável, estava afastado dos monopostos havia anos e não tinha condições de obter a superlicença.
O estranho mesmo foi ele ter assinado com a fabricante de energéticos, não que ele tenha sido demitido agora.
Mas é que pode haver outra explicação para a demissão neste momento. Quando assinou com ele, a Red Bull realmente poderia estar disposta a apostar no piloto austríaco, mesmo que fosse para correr em outro campeonato, fora da F1. Só que agora Auer é especulado de volta ao DTM em 2020 – possivelmente pela BMW – e acabou liberado pela fabricante de energéticos para seguir seu caminho.
Lembrando que Auer é sobrinho de Gerhard Berger, atual chefão do DTM, então faz todo sentido que ele prefira retornar à categoria alemã.
Pietro Fittipaldi na Super Formula
Para a vaga do piloto austríaco na B-Max/Motopark, Pietro Fittipaldi já foi anunciado. O brasileiro retornará ao Japão dois anos após ter disputado uma corrida por lá e encontrará um campeonato um pouco diferente. É que em 2019 a Super Formula promoveu a estreia do novo carro, que o neto de Emerson Fittipaldi ainda não teve contato com ele. Ou seja, por mais que ele já conheça o campeonato e o modo como as equipes trabalham, ainda precisará se adaptar ao equipamento.
