Se eu fosse um jovem piloto, neste momento iria preferir direcionar minha carreira para a Indy em vez de tentar a F1.

O motivo? É que o número de boas vagas na categoria americana nas próximas temporadas deve ser muito maior que na sua antiga concorrente.

Antes, vamos voltar no tempo, até a temporada 2007. Por que esse ano? É que foi o último antes da fusão entre a ChampCar e a IRL, que deu origem à Indy atual.

Naquela temporada, os dez primeiros colocados da ChampCar foram Sébastien Bourdais, Justin Wilson, Robert Doornbos, Will Power, Graham Rahal, Oriol Servià, Bruno Junqueira, Simon Pagenaud, Neel Jani e Alex Tagliani.

Já o top-10 da IRL contou com Dario Franchitti, Scott Dixon, Tony Kanaan, Dan Wheldon, Sam Hornish Jr, Helio Castroneves, Danica Patrick, Scott Sharp, Buddy Rice e Thomas Scheckter . Marco Andretti foi o 11º, e Ryan Hunter-Reay acabou eleito o novato do ano.

Na Indy 2019, Dixon foi piloto da Ganassi, Power e Pagenaud estavam na Penske e Hunter-Reay e Andretti na Andretti. Isso sem falar em Bourdais, Kanaan e Rahal, que seguem na ativa, mas em equipes medianas (ou pequenas, no caso do brasileiro).

Não é absurdo, portanto, dizer que de 2007 para cá praticamente não houve espaço na categoria americana para jovens pilotos, uma vez que foram sempre os mesmos nomes correndo pelas principais equipes.

Vagas na Indy

Mas agora todos esses pilotos estão chegando perto de suas aposentadorias. Mesmo que eles continuem competindo por mais uns quatro ou cinco anos, pouco a pouco eles vão pendurar o capacete e abrir espaço nas equipes para a nova geração.

É pensando nessa renovação que a Penske já trouxe Josef Newgarden (agora bicampeão), a Ganassi apostou em Felix Rosenqvist (e também Marcus Ericsson) e a Andretti está se armando com Alexander Rossi e Colton Herta. Mesmo assim, ainda vai ter bastante espaço para os mais novos nas próximas temporadas.

E, falando nessa nova geração, destaque para Oliver Askew e Pato O’Ward, que formarão a dupla da McLaren na Indy 2020, e para Rinus VeeKay, atual vice-campeão da Indy Lights e que pode pintar na equipe de Ed Carpenter no ano que vem. Fora Kyle Kirkwoord, que de 2017 para cá foi campeão da F4 USA, da F3 Americas, da USF2000 e da Pro Mazda e deve correr em 2020 na Lights, onde sem nenhuma surpresa, será o favorito disparado.

Ao mesmo tempo, a F1 está no meio da troca de gerações. Voltando a 2007, foi justamente naquele ano que Lewis Hamilton e Sebastian Vettel fizeram suas estreias na principal categoria do automobilismo mundial. E, agora em 2019, os dois são os veteranos do certame.

Nesses últimos anos, eles têm disputado contra uma nova geração. A Ferrari, por exemplo, já promoveu Charles Leclerc, de 22 anos, para liderá-la no futuro. A Red Bull tem Max Verstappen, também de 22, enquanto a McLaren vai crescendo com Lando Norris (19) e Carlos Sainz Jr (25), e a Renault terá Esteban Ocon (23) em 2020.

A tendência é que esses jovens dominem a F1 pelos próximos muitos anos, quando Hamilton e Vettel se aposentarem.

Em algum momento, devem acabar trocando de equipe, mas é natural que orbitem sempre as melhores vagas – ainda mais com poucas escuderias sendo de fato competitivas na F1.

Sendo assim, para os jovens pilotos que buscam ter uma carreira longa e competitiva no esporte a motor, a Indy é neste momento um lugar mais atraente que a F1 e deve ser olhada com carinho.

foto do topo: phillip abbott/lat/chevrolet/divulgação

foto de Sebastian Vettel
Sebastian Vettel, que estreou na F1 em 2007, é um dos poucos pilotos que continuam na principal categoria do automobilismo mundial deste aquele ano – foto: eric w/from hougton,MI/img_0327/CC BY 2.0
Publicidade