McLaren e Mercedes talvez tenha sido a parceria de maior sucesso da história da F1 se levarmos em conta todo o tempo que durou. Foram 19 anos, entre 1995 e 2014, com três títulos conquistados, mas brigando por vitórias e campeonatos na maior parte desse período.
Em comparação, a aliança com a Honda, no fim da década de 1980 e começo da de 1990, durou somente cinco temporadas (apesar de também muito vitoriosa), enquanto a Renault forneceu motores para a Williams de 1989 a 1997, incluindo o período em que a equipe teve o chamado carro de outro planeta.
E, neste fim de semana, a McLaren anunciou que voltará a ter os propulsores da Mercedes a partir da temporada 2021 da F1. Em meio ao processo de reformulação em que está, a equipe percebeu que, para voltar a ser competitiva, precisa ter o melhor equipamento à disposição, e o escolhido foi o da fabricante alemã.
Assim, o acordo com a Renault, sua atual fornecedora de motores, vai acabar após três temporadas. Daí fica a dúvida: o que vai acontecer com a montadora francesa, que não terá mais clientes no grid da F1?
Qual o futuro da Renault na F1?
Defensores da Renault dizem que o fim da aliança com a McLaren será bom para a marca. Afinal, a partir de agora ela poderá concentrar os esforços e também os investimentos em desenvolver um motor que se adeque somente às necessidades de sua equipe de fábrica, não mais precisando agradar também a clientes.
Já os críticos afirmam que o perigo é a Renault entrar em uma espécie de redemoinho. Quer dizer, por não contar mais com equipes clientes, como Red Bull e McLaren, a fabricante não vai ter uma segunda opinião na hora de decidir como deverá desenvolver seu motor.
Assim, caso os resultados não apareçam e a falta de confiabilidade persista, os integrantes da fábrica de motores da Renault, localizada em Viry Chatillon, ficarão mais pressionados a consertar logo os problemas. Portanto, maiores as chances de cometerem novos erros, comprometendo mais uma vez o desempenho e a confiabilidade do equipamento.
E todas as atualizações de novos motores só poderão ser testadas na pista pelos dois carros da própria Renault. Não mais por quatro ou por seis veículos, como acontecia antes.
Isso sem falar que não ter equipes clientes significa menos dinheiro entrando.
Mas se tudo der errado, não há risco de a montadora deixar a F1, ao menos por enquanto. É que quando ela retornou à categoria, em 2016, assinou um contrato em que se comprometeu a disputar o campeonato por dez anos, com o plano de investir ao menos US$ 1 bilhão nesse período. Lembrando que o vínculo foi assinado quando Bernie Ecclestone ainda era o chefão da F1, e ele costumava colocar multas pesadíssimas para evitar que os contratos fossem quebrados.
O ideal, portanto, seria a Renault procurar o quanto antes uma equipe satélite, como Williams ou Racing Point, para auxiliar no desenvolvimento de seu propulsor.
E, abrindo um parentese, ter um time satélite também seria uma forma de a Renault começar a dar quilometragem a seus jovens pilotos na F1. A marca conta com sete representantes em sua Academia – incluindo o brasileiro Caio Collet -, mas na F1 tem apostado em gente já com experiência, como Daniel Ricciardo, Nico Hulkenberg e Esteban Ocon.
Você pode clicar aqui para ver os resultados completos do GP da Rússia da F1, assim como os das principais categorias do automobilismo mundial no fim de semana.
foto do topo: United Autosports – 191/CC BY-SA 2.0
