Mais um piloto brasileiro fará parte do grid da F4 Italiana. É José Luiz Muggiati Neto, de 16 anos de idade, que vai estrear na última etapa da temporada 2019, em Monza, como uma forma de preparação para participar de todo o campeonato do ano que vem.
Antes de correr na F4, Muggiati venceu o Brasileiro de Kart deste ano, na divisão Graduados, e passou as últimas semanas na Itália, participando de testes como carro da F4.
Sua estreia no certame italiano será pela equipe Cram, que por algum motivo costuma atrair pilotos brasileiros justamente nesse momento de fazer a transição para o automobilismo europeu.
Para quem não lembra, foi pela Cram que Felipe Massa conquistou o título da F-Renault Eurocup, em 2000, logo no primeiro ano em que estava competindo no solo europeu. Foi quando ele chamou a atenção da Ferrari e passou a ter a carreira guiada pela escuderia italiana de uma maneira similar como hoje é feita pelos programas de jovens pilotos, que não existiam naquela época.
Brasileiros na Cram
Depois, Augusto Farfus, Nicolas Costa, André Negrão e Victor Franzoni, entre muitos outros representantes do país, correram pela mesma Cram nestes 20 anos e alcançaram títulos em outras categorias.
Só que a Cram de hoje está longe de ser a potência da época de Massa ou de Farfus.
Atualmente, a escuderia já inscreve quatro carros na própria F4 Italiana: para o italiano Francesco Simonazzi, para o sueco Daniel Vebster, para o venezuelano Emilio Cipriani e para o israelense Roee Meyuhas.
É justamente Meyuhas quem está mais bem classificado na tabela. É o 19º, com 15 pontos marcados, tendo terminado entre os dez primeiros em somente três das 18 corridas realizadas até agora. Simonazzi é o 21º, com quatro pontos, enquanto Vebster e Cipriani ainda não saíram do zero.
Esse desempenho não é exceção. No ano passado, o melhor representante da escuderia foi o italiano Umberto Laganella, que finalizou a temporada em 15º na classificação geral. Ele pontuou em apenas cinco das 21 provas realizadas, mas em duas oportunidades fechou entre os cinco primeiros.
O último pódio da escuderia foi em 2016, quando o holandês Leonard Hoogenboon foi o terceiro em uma das baterias de Imola. Só que naquela época cada etapa da F4 Italiana tinha uma de suas corridas disputadas com a regra do grid invertido. E Hoogenboon se aproveitou desse regulamento para conquistar seu troféu.
É por causa do fraco desempenho recente da Cram – e também pela inexperiência – que não dá para ter grandes expectativas com a estreia de Muggiati na F4. Mas essa até pode ser uma boa situação para ele. Se vier a andar bem, de repente até pontuando, chamará a atenção e poderá negociar vagas melhores para seu começo de carreira.
A última etapa da F4 Italiana 2019, em Monza, está marcada para o dia 20 de outubro. Mas antes, sem o segundo brasileiro, a categoria volta as pistas em 6 de outubro, em Mugello, para a penúltima rodada. Lembrando que Gianluca Petecof está na luta pelo título. Ele soma 202 pontos, 53 a menos que o norueguês Dennis Hauger, e 150 ainda estão em jogo.
foto do topo: aci/csai/divulgação