O que eu mais gosto de pilotos que conseguem conquistar o título de suas categorias por antecipação é que dá tempo de escrever um post aqui no World of Motorsport para cada um deles. Não fica aquela situação do fim de setembro e começo de outubro em que um monte de gente levanta a taça no mesmo fim de semana.

E quem já pôde sentir o gosto de levar o caneco em 2019 foi Sacha Fenestraz, que no fim de semana se tornou último campeão da história da F3 Japonesa, uma vez que a categoria será chamada de Super Formula Lights a partir do ano que vem.

O motivo da mudança é que a FIA vem restringindo o uso do nome F3 apenas a campeonatos que seguem o regulamento e o equipamento da F-Regional ou então da própria F3 (preliminar da F1), o que não é mais o caso do certame asiático. Assim, para o torneio poder ser homologado para 2020, a solução foi rebatizá-lo.

E a solução que Fenestraz encontrou para dar continuação à sua carreira, neste ano, foi se mudar para o Japão, apesar de ser considerado um dos nomes mais promissores do automobilismo europeu nos últimos anos.

Sacha Fenestraz no Japão

Quando começou a ser ventilada a possibilidade de Fenestraz deixar a Europa para correr na Ásia, ainda no fim de 2018, já era um choque. Na época, ele integrava a academia de pilotos da Renault e parecia ser questão de tempo para escalar as categorias de acesso rumo à F1.

Só que a montadora não teve muita paciência e o dispensou após somente uma única temporada juntos. O motivo é que a Renault tinha estabelecido que Fenestraz deveria terminar a F3 Euro de 2018 entre os três primeiros colocados para ter seu contrato renovado. E ele foi apenas o 11º na tabela de pontos.

Para a Renault, o desempenho abaixo do esperado não tinha justificativa. Fenestraz tinha sido colocado no mesmo carro da Carlin com o qual Lando Norris tinha sido campeão do ano anterior, então a expectativa era que ele brigasse por vitórias e, eventualmente, pelo título.

Porém, a Carlin como um todo não andou bem em 2018. Jehan Daruvala, um dos companheiros de Fenestraz na escuderia, fechou a temporada apenas uma posição acima do francês. Ferdinand Habsburg, outro veterano da esquadra, foi o 13º.

O francês começou a F3 Euro 2018 bem, com pole e vitória logo na segunda corrida do ano, mas caiu de rendimento como toda a Carlin e só voltou ao pódio em uma única oportunidade naquela temporada. O que pegou para ele foram os altos e baixos do ano, uma vez que em não pontuou ou abandonou 16 das 30 corridas realizadas na F3.

Sua redenção veio no tradicional GP de Macau, que encerrou a temporada, com o terceiro lugar. Mas aí era tarde demais para convencer a Renault.

Fenestraz tinha assinado com a montadora no fim de 2017, quando derrotou Robert Shwartzman, que hoje lidera a própria F3, e o sempre polêmico Dan Ticktum, que até o mês retrasado integrava o Red Bull Junior Team, para ficar com o título da F-Renault Eurocup.

Integrar a academia da marca era um prêmio pela conquista, mas o benefício acabou durando pouco para ele. Na F3 Japonesa, com o título deste ano já garantido, a expectativa é que o piloto siga no Japão em 2020 e dispute tanto a Super Formula quanto o Super GT.

Mas não seria uma surpresa se ele usasse a experiência no Oriente para garantir uma vaga no automobilismo europeu, como já fizeram André Lotterer, Loic Duval e Marcus Ericsson, entre muitos outros.

Você pode clicar aqui para ver os resultados completos da etapa de Motegi da F3 Japonesa, que garantiu matematicamente o título de Fenestraz, assim como os das principais categorias do automobilismo mundial no último fim de semana.

foto F3 Japonesa
Sacha Fenestraz, no carro verde, garantiu o título da temporada 2019 da F3 Japonesa com uma rodada de antecipação – fotos do post: toyota gazoo racing/divulgação
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