Foi um escândalo quando a Red Bull confirmou que Daniil Kvyat seria o substituto de Sebastian Vettel na temporada 2015 da F1.
Quando o anúncio foi feito, no fim de semana do GP do Japão de 2014, o piloto russo tinha de experiência apenas 14 corridas na principal categoria do automobilismo mundial e somado somente oito pontos no período.
Será que ele era o nome mais indicado para a função?
Deu no que deu. Kvyat durou 23 GPs na Red Bull. Obteve dois pódios no período e seu maior triunfo foi terminar na frente de Daniel Ricciardo, seu companheiro de equipe, na única temporada que fizeram juntos.
Kvyat ficou conhecido, mesmo, foi como torpedo, uma alusão ao seu estilo de largada inconsequente e que causava acidentes vez ou outra. Em um deles, na Rússia, conseguiu avariar todos os carros de Red Bull e Toro Rosso, além da Ferrari de Vettel. Foi a gota d’água, que o rebaixou para a escuderia de Faenza e promoveu Max Verstappen ao estrelato.
Pierre Gasly na Red Bull
Quatro anos depois, a Red Bull tentou a mesma tática com Pierre Gasly. Com a inesperada ida de Daniel Ricciardo para a Renault, o francês foi promovido à principal escuderia da fabricante de energéticos em 2019, sendo que tinha apenas 26 GPs disputados pela Toro Rosso como experiência, somado pontos em somente cinco deles, com direito a um quarto lugar como melhor resultado.
Assim como Kvyat, Gasly não deu certo.
E é difícil apontar um único motivo para as coisas terem dado errado. O francês demorou para se adaptar ao equipamento, sofreu com erros da escuderia, bateu e, pior de tudo, era constantemente comparado a Verstappen, um dos melhores pilotos da história recente da F1.
Mas o maior problema de Gasly era que ele nem sequer conseguia terminar as corridas em sexto lugar, como o último colocado entre os representantes de Red Bull, Ferrari e Mercedes.
O francês começou a temporada largando do fim do grid em Melbourne por causa de uma falha da equipe austríaca durante a classificação. Mas na corrida ele nem sequer conseguiu ultrapassar Kvyat, da Toro Rosso, e recebeu a bandeira quadriculada em 11º.
E, na Hungria, na última prova antes de ser rebaixado, havia se classificado na sexta colocação no grid, mas acabou superado por Carlos Sainz, da McLaren, cruzando a linha de chegada atrás do espanhol.
Pelos mais variados motivos, Gasly finalizou atrás de algum carro da chamada F1B em seis das 12 corridas disputadas. Aí a matemática é simples. Os pontos que ele tinha obrigação de somar, ou seja, que teria marcado caso tivesse terminado na frente das escuderias médias e pequenas, estão fazendo falta, uma vez que a Red Bull está apenas 44 pontos atrás da Ferrari no Mundial de Construtores.
Alex Albon na Red Bull
Por essa razão e pela falta de evolução mostrada desde o começo do ano, a equipe austríaca optou por rebaixá-lo para a Toro Rosso e promover Alex Albon ao time principal.
E já está claro que a obrigação do tailandês será terminar no mínimo como o último colocado entre os representantes das três grandes equipes. Do contrário, é capaz que Verstappen tenha uma novo companheiro em 2020.
O problema é que se Kvyat, com somente 14 corridas de experiência, já era considerado precoce para a Red Bull lá em 2014, Albon tomou parte de somente 12 GPs pela Toro Rosso, tendo pontuado em cinco deles.
Parece insanidade pensar que promover um piloto inexperiente pela terceira vez é o plano infalível da Red Bull.
