Enquanto a Indy busca ainda mais popularidade no futuro, parte da estratégia da categoria para crescer é olhar para o passado.

Tem sido assim na montagem do calendário. Nos últimos anos, diversas provas clássicas, do auge do fim dos anos 1990, voltaram ao certame. Foi o que aconteceu com Portland, Laguna Seca, Gateway e também com Road America, onde os pilotos estão competindo neste fim de semana. Isso sem falar em Surfers Paradise, que segue negociando para que a categoria americana retorne à Austrália.

E é também o caso de Phoenix. Só que o oval do Arizona não teve o mesmo sucesso que as demais etapas. A pista, em 2016, assinou um contrato de três anos para retornar ao calendário da Indy, após um intervalo de 11 temporadas recebendo apenas a Nascar, entre as grandes dos EUA.

A primeira desse retorno até teve interesse de público, mas, na segunda edição, já tinha ficado claro que a Indy não conseguiria lotar as arquibancadas.

Para 2018, no último ano de contrato, os promotores da corrida e a organização da Indy tentaram buscar soluções para trazer mais público e, consequentemente, renovar o vínculo.

Uma das ideias era que a corrida fosse temática, homenageando o passado da categoria americana, da mesma forma como a Nascar faz em Darlington. O famoso TBT.

Essa proposta tinha surgido porque a última vitória da carreira de Mario Andretti, justamente em Phoenix, completaria 25 anos em 2018. Então o plano era que as equipes, cada uma de sua maneria, fizessem alguma referência ao passado em seus carros.

Só que a iniciativa não passou das primeiras discussões e acabou descartada.

A equipe Andretti, porém, manteve o plano de homenagem o patriarca da família e propôs aos seus patrocinadores que o carro de Marco Andretti fosse pintado em Phoenix com as mesmas cores usadas pelo avô, na Newman/Haas, no começo da década de 1990.

Os patrocinadores compraram a ideia, e a homenagem foi um sucesso – só o desempenho não foi a mesma coisa, já que Marco terminou a corrida em 12º.

Com a saída de Phoenix do calendário, a ideia de uma corrida relembrando o passado foi engavetada. Mas, neste fim de semana, em Road America, é a vez de Graham Rahal andar com um esquema de pintura que ficou na história do certame.

Seu carro (o da foto do topo) foi pintado em preto e laranja, da mesma forma que o usado pelo seu pai, Bobby Rahal, no começo da década de 1990.

Oficialmente, a inspiração foi o layout de 1994, mas a pintura também é muito similar à do título de Rahal em 1992.

Dessa vez, o que tornou a homenagem possível foi que o patrocinador de Graham Rahal, a Gehl (empresa de veículos para construções), tem o amarelo e o preto como suas cores corporativas, praticamente as mesmas do design da década de 1990.

Seria interessante se um dia a Indy retomasse os planos de ter etapa TBT.

Mas talvez o problema seja que não há muito o que homenagear. A Penske, por exemplo, durante muitos anos usou o tradicional layout da Marlboro, e atualmente não há motivos para fazer publicidade gratuita para uma marca de cigarro. E algumas escuderias da categoria, como Sam Schmidt, Carlin e Juncos são muito recentes, sem ligação com o passado do certame.

Talvez essa seja a razão de os dois TBT mais famosos até agora terem vindo de Andretti e Rahal, duas famílias que estão há décadas no certame. Então não vai ser uma surpresa se a próxima homenagem foi feita por Colton Herta (já que seu pai, Bryan Herta, correu na Indy desde a década de 1990).

Você pode clicar aqui para ver os resultados completos da Indy em Road America, assim como os das principais categorias do automobilismo mundial no fim de semana.

imagem do topo: rll/divulgação

foto de Bobby Rahal
Bobby Rahal em corrida da Indy em 1996, com layout similar ao homenageado pelo seu filho, Graham Rahal – foto: rickdikeman, own work, CC0

 

 

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