Simon Pagenaud não era uma unanimidade antes de o mês de maio começar. Ele vinha em má fase na Indy, ocupava apenas a 11ª colocação no campeonato e enfrentava um jejum de mais de um ano sem triunfos – seu último tinha sido na etapa de encerramento de 2017.

E, ao longo das 17 corridas do ano passado, seus únicos pódios tinham sido dois segundos lugares. Como resultado, passou longe da luta pelo título, tendo terminando o campeonato quase 200 pontos atrás de Scott Dixon, o vencedor.

Assim, com alguma razão, Pagenaud já começava a ser especulado fora da Penske, dando o pontapé inicial do mercado de pilotos da temporada 2020 da Indy.

Torcedores brasileiros, claro, defendiam que, se o francês não tivesse seu contratado renovado, Roger Penske deveria dar uma nova chance a Helio Castroneves, atualmente na Imsa.

Mas a imprensa americana apontava Alexander Rossi, da Andretti, como o favorito para ocupar o lugar de Pagenaud.

Rossi, aliás, tem contrato com a própria Penske para a competir nas etapas de longa duração da Imsa – Daytona, Sebring, Watkins Glen e Petit Le Mans – o que poderia facilitar uma eventual transferência de escuderias na Indy.

Simon Pagenaud fora da Penske?

Já o francês poderia retornar à equipe de Sam Schmidt, pela qual lutou pelo título há alguns anos.

Mas aí Pagenaud dominou em Indianápolis. Primeiro, na corrida disputada no circuito misto, debaixo de chuva, ele escalou o pelotão nas voltas finais, saindo de sexto para primeiro, para encerrar o jejum de vitórias.

Depois, conquistou a pole-position para as 500 Milhas, mesmo quando os carros da equipe de Ed Carpenter eram considerados os favoritos para ficar com a posição de honra.

E, na corrida, Pagenaud foi arrojado o tempo todo. A cereja do bolo veio na parte final, ao ultrapassar Rossi na penúltima volta e receber a bandeira quadriculada na frente.

Foi o suficiente para que Roger Penske colocasse um ponto final nas especulações. Em entrevista após a Indy 500, o dirigente garantiu que o francês estará de volta em sua escuderia em 2020.

As críticas que Pagenaud recebia eram justas. Enquanto Newgarden brigavam por vitórias e pelo título do ano passado, o francês tinha dificuldade para terminar entre os cinco primeiro – pouco para alguém com o bom equipamento da Penske.

Ao mesmo tempo, apesar do domínio em Indianápolis, ainda é cedo para dizer que ele recuperou a forma que o levou ao título em 2016. A temporada é longa, ainda restam mais 11 corridas, e o francês precisa deixar claro que seu bom rendimento em maio não foi uma exceção.

Mas Pagenaud mostrou duas qualidades que fazem parte dos bons pilotos. A primeira é que ele não sucumbiu à pressão.

Ele não deixou que as especulações o atrapalhassem. Quando um piloto é cobrado para conquistar bons resultados, é mais fácil perder a concentração – mesmo que seja por um breve momento – e encontrar o muro de Indianápolis.

O francês não só passou longe dos acidentes como também manteve a calma após ser superado por Rossi faltando três voltas para o fim e recuperar a posição logo depois.

A segunda qualidade dele foi a velocidade. Ninguém pode dizer que Pagenaud contou com a sorte para ficar com a vitória na Indy 500. Além de ter largado na pole, liderou 116 das 200 voltas para obter seu primeiro triunfo na tradicional prova americana e, de quebra, garantir a permanência na Penske por mais algumas temporadas.

Você pode clicar aqui para ver os resultados completos das 500 Milhas de Indianápolis, assim como os das principais categorias do automobilismo mundial no fim de semana.

foto do topo: penske/divulgação

foto de Simon Pagenaud
Simon Pagenaud já era especulado fora da Penske antes de triunfar nas duas corridas de Indianápolis em maio – foto: phillip abbott/lat/chevy racing/divulgação
Publicidade