Esses dias escrevi aqui no World of Motorsport como a Indy teve a oportunidade de atrair Liam Lawson, o primeiro campeão de 2019, mas o deixou escapar.
Ruim para o categoria americana e seus campeonatos de acesso, mas bom para o Red Bull Junior Team. É que o neozelandês, de 17 anos de idade recém-completados, foi anunciado nesta semana como novo integrante do programa de pilotos rubro-taurino.
Ao assinar com Lawson, Helmut Marko contratou um dos jovens pilotos mais promissores das categorias de base e vai formando uma dupla interessante para a Toro Rosso, em alguns anos, se conseguir colocar o neozelandês junto com Dan Ticktum.
Se Lawson foi a grande surpresa da escalação da iniciativa, o Red Bull Junior Team 2019 cresceu e terá nove pilotos, sendo três deles estreantes no programa. Veja abaixo os recém-contratados:
Liam Lawson: principal novidade da fabricante de energéticos, o neozelandês já tem no currículo o vice-campeonato da F4 Alemã (quando foi o grande destaque do grid) e o título da Toyota Racing Series. Neste ano, vai correr na F-European Masters (equivalente à F3) e é o favorito. Claro que ainda é muito cedo para avaliá-lo, mas a expectativa é que chegue à F1.
Lucas Auer: nos últimos quatro anos o sobrinho de Gerhard Berger disputou o DTM, mas acabou sem vaga no grid depois que a Mercedes deixou a categoria no fim do ano passado. Por já ter 24 anos, ele é considerado velho para um programa de desenvolvimento de jovens pilotos, o que levanta questões sobre por que a Red Bull resolveu assinar com ele. Vai disputar a Super Formula, no Japão, e é improvável que acumule os pontos necessários da superlicença para um dia chegar à F1.
Juri Vips: no começo de 2018, este piloto estoniano nem sequer aparecia entre os favoritos da F3 Euro. Mas ao longo da campanha ele passou a brigar sempre pelas primeiras colocações e se tornou um dos melhores pilotos do grid nas classificações. Sua estreia no RBJT foi no GP de Macau, no fim do ano passado. Cruzou a linha de chegada em sétimo, mas em momento algum foi uma ameaça para Ticktum, bicampeão da prova e seu colega de programa. Em 2019, vai correr pela Hitech na F3 (antiga GP3) e, assim como no ano passado, corre por fora na luta pelo título.
Yuki Tsunoda – atual campeão da F4 Japonesa, este piloto asiático será o primeiro protegido da Honda a usufruir da parceria entre a montadora japonesa e a fabricante de energéticos. Vai tomar parte tanto da F3 quanto da F-European Masters, como uma forma de acelerar seu processo de adaptação ao automobilismo europeu. Ainda é muito cedo para dizer do que ele é capaz.
E com relação à escalação do ano passado, apenas um piloto deixou o programa: Neil Verhagen, que decepcionou em sua segunda temporada na F-Renault Eurocup. Em um ano cuja expectativa era de vê-lo brigar pelo título, o americano terminou apenas em 11º na tabela de pontos, sem nem sequer ter subido ao pódio.
Ticktum, Jack Doohan, Dennis Hauger, Johnny Edgar e Harry Thompson continuam no Junior Team em 2019. Veja o que esperar deles nesta temporada:
Dan Ticktum: polêmico piloto britânico está a apenas cinco pontos de obter a superlicença e garantir a ida para a F1. O problema é que, para conquistá-los, precisa ser tricampeão do GP de Macau de F3 ou ficar entre os cinco primeiros da Super Formula, tarefas consideradas complicadas. Mas é verdade que Pierre Gasly foi vice-campeão quando disputou a mesma categoria no Japão, então a Red Bull tem motivos para exigir o mesmo desempenho de seu principal pupilo.
Jack Doohan: filho de Mick Doohan, lenda da Motovelocidade, o australiano está mostrando que é bastante rápido – infelizmente para ele a velocidade está em pular etapas de seu desenvolvimento como piloto. Em 2018, saiu da divisão OKJunior do kartismo internacional para correr na F4 Inglesa. Foi o quinto colocado entre os 13 que disputaram a temporada completa. Para 2019, em vez de fazer mais um ano em alguma F4, vai correr tanto na F3 Asiática quanto na Euroformula Open. Como são categorias com o grid mais fraco que os das concorrentes, ele deve ir bem, mas fica a dúvida quanto esse caminho alternativo pode prejudicar seu crescimento nas pistas.
Dennis Hauger: veja só, este norueguês já tinha obtido bons resultados no kartismo quando fez a transição para a F4 Inglesa no ano passado, inclusive terminando na frente de Doohan na tabela de pontos. Enquanto seu colega de Red Bull vai para a F3, Hauger ficará mais uma temporada na F4, se dividindo entre as versões alemã e italiana da modalidade. É um dos principais adversários de Gianluca Petecof na luta por esses títulos.
Johnny Edgar: fazendo a transição do kartismo para os monopostos neste ano, o britânico vai disputar a F4 Italiana pela boa equipe Jenzer. Campeão europeu de kart em 2017, na divisão OKJunior, ele pode surpreender neste ano.
Harry Thompson: tendo sido vice-campeão europeu de kart nos dois últimos anos, este britânico só não fez a transição para os monopostos em 2019 por causa da idade – faz 15 anos apenas em agosto. Muito cedo para avaliar seu potencial.
