Sete meses. Esse foi o tempo que a Toyota precisou para conquistar dois dos maiores títulos da montadora nos últimos anos.
Depois de Fernando Alonso, Sébastien Buemi e Kazuki Nakajima levarem a fabricante para o alto do pódio da edição 2018 das 24 Horas de Le Mans, nesta semana coube a Nasser Al-Attiyah terminar na frente o Dakar, um dos principais ralis do mundo.
E olha que há muitas semelhanças entre esses dois títulos.
A primeira delas é que a Toyota se aproveitou de um ano de transição em ambas as categorias. No Mundial de Endurance, é a única montadora que permaneceu na divisão LMP1 depois das saídas de Audi e Porsche e antes da chegada dos hiper-carros, programada para 2020.
Aliás, com medo de não ter nenhuma grande montadora entre os protótipos, a própria organização do WEC ofereceu diversas facilidades para que a Toyota disputasse na super-temporada 2018-19, entre elas um regulamento que praticamente impede outras equipes de vencer em condições normais.
No Dakar, aconteceu situação parecida, com a Peugeot, tricampeã de 2015 a 2017 abandonando os investimentos de fábrica, enquanto a Mini não tem mais o mesmo orçamento dos triunfos do começo da década.
Outro ponto em comum é que, nessas duas categorias, a marca nipônica não foi adepta do vencer a qualquer custo. Isto é, ela não dispunha de orçamentos infinitos como forma de garantir títulos por literalmente gastar mais que os adversários. Quando Audi e Porsche deixaram o Mundial de Endurance, os orçamentos de cada uma das montadoras era estimado como o dobro do da Toyota.
No Dakar, a situação não era tão diferente. Tanto que, bastou Al-Attiyah ser o campeão da edição deste ano para pedir à fabricante japonesa mais investimentos em sua divisão de rali.
Ou seja, talvez seja justamente por não contar com essa montanha de dinheiro gigantesca que permitiu à Toyota continuar competindo depois da saída das fabricantes adversárias.
WRC 2019
Com os triunfos em Le Mans e no Dakar, agora só falta a montadora japonesa levantar o caneco também no WRC, o Mundial de Rali – lembrando que ela levou a melhor entre as montadoras no ano passado, mas perdeu para Sébastien Ogier, da Ford, na classificação entre pilotos.
Por causa da saída de Ogier da Ford para a Citroen – ganhadora de apenas quatro etapas nas últimas três temporadas – dá até para dizer que o WRC vive um momento de transição. Mas ainda assim há a ameaça da Hyundai, que, além de apostar na permanência de Thierry Neuville, ainda se reforçou com a chegada de Sébastian Loeb, nove vezes campeão da categoria.
