Quando saem muitas notícias seguidas sobre o Brasil, sempre fico pensando como deve ser a reação das pessoas dos outros países no momento em que as estão lendo.

É esse o caso das últimas semanas, com Enzo Fittipaldi tendo conquistado o título da F4 Italiana, Caio Collet vencido a F4 Francesa e Felipe Drugovich dominado a Euroformula Open.

Talvez o leitor estrangeiro pense que o futuro do automobilismo brasileiro esteja a salvo com tantos jovens pilotos promissores surgindo de uma só vez.

De um lado, esse nosso amigo de outro país tem razão: há bons motivos para ficar animado com o trio campeão. Fittipaldi, por exemplo, faz parte da Academia da Ferrari. E da mesma forma que o programa de Maranello é um atalho para chegar à F1, ele costuma encaminhar seus integrantes para carreiras de destaque em outros campeonatos. Basta ver que Raffaele Marciello se tornou um dos principais pilotos da Mercedes em carros GT e Mirko Bortolotti é o maior destaque da Lamborghini nas conquistas recentes da marca.

Já Collet tem como empresário Nicolas Todt, o mesmo de Charles Leclerc, Daniil Kvyat e Felipe Massa. Ou seja, se o novo campeão da F4 Francesa mantiver os bons resultados nas próximas temporadas, a ida para a principal categoria do automobilismo mundial pode ser questão de tempo.

Dos três, Drugovich é o que tem o futuro mais incerto, por não contar com um patrocinador forte nem com um empresário importante. Tanto que a escolha de disputar a Euroformula neste ano – um campeonato do segundo escalão, onde quebrou vários recordes – foi uma questão de custo-benefício.

Se dinheiro não fosse problema para ele, talvez o melhor fosse correr na F3 Euro. Seus rivais de 2017, Juri Vips e Marcus Armstrong lutaram pelo título do campeonato e ambos têm grandes chances de um dia chegar à F1. Vips é especulado no Red Bull Junior Team, enquanto Armstrong é colega de Fittipaldi na Academia da Ferrari.

Mas também é preciso ter calma. Títulos assim em sequência, como os de Fittipaldi, Collet e Drugovich, nem sempre indicam sucesso garantido.

Basta ver que Pietro Fittipaldi (World Series de 2017), Victor Franzoni (Pro Mazda de 2017) e Matheus Leist (F3 Inglesa de 2016) também levantaram taças nos últimos anos, e só o último já assinou contrato para a 2019 – em uma das piores equipes da Indy: a Foyt. Pietro é especulado como piloto de testes da Haas, mas sem nenhuma chance de ser titular, enquanto Franzoni sofre da mesma falta de dinheiro que Drugovich.

Você pode clicar aqui para ver os resultados completos da última etapa da F4 Italiana, quando Enzo Fittipaldi foi campeão, assim como os das principais categorias do esporte a motor no último fim de semana.

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