Três pilotas subiram no degrau mais alto do pódio neste domingo, dia 5.
Duas delas, aliás, foram no mesmo lugar, no circuito de Brands Hatch, que recebeu a etapa da F3 Inglesa e do GT Inglês, entre outros campeonatos.
E a primeira a triunfar foi Jamie Chadwick (da foto em destaque), que conhece muito bem essas duas categorias. Em 2015, ela foi campeã da divisão GT4 do torneio de carros esportivos e, desde o ano passado, passou para os monopostos, na F3.
Ela venceu a segunda prova desde fim de semana do campeonato, quando foi beneficiada pela regra do grid invertido. Diferentemente de outros campeonatos com regulamentos parecidos, a F3 Inglesa tem a troca de posições bastante generosa. Praticamente toda a ordem de chegada da primeira bateria do fim de semana é invertida para a corrida seguinte.
Assim, Chadwick foi favorecida pelo 12º lugar obtido na abertura da etapa, que se transformou em um quarto posto na saída deste domingo. Na largada, a pilota pulou para a segunda colocação, atrás apenas de Pavan Ravishankar. Mas o representante de Cingapura foi punido por queimar a largada, fazendo com que sua adversária assumisse a ponta.
Apesar da entrada do safety-car, ela conseguiu se manter na primeira colocação para receber a bandeira quadriculada na frente e se tornar a primeira mulher a vencer na F3 Inglesa.
Algumas horas depois, foi a vez de Flick Haigh levar o Aston Martin que divide com Johnny Adam, no GT Inglês, ao primeiro lugar.
E ela teve uma tarefa das mais complicadas para ficar com a vitória. É que seu carro precisava cumprir uma punição de 10s no pit-stop obrigatório, então a estratégia era ela aproveitar que estava largando na pole para acelerar ao máximo e tentar abrir essa diferença para o segundo colocado antes da parada para troca de piloto. Ela conseguiu colocar 12s, mas um safety-car pouco antes do pit-stop reagrupou o pelotão.
No recomeço, Haigh manteve a ponta e disparou na frente. Não deu tempo de recuperar todo o território perdido, mas quando Adam assumiu o equipamento, ele deixou o pit-lane em segundo. Aí foi só perseguir a Lamborghini de Jonny Cocker e fazer a ultrapassagem que valeu a vitória.
Esse foi o segundo triunfo de Haigh e Adam na temporada, que agora lideram a tabela de pontos.
A outra pilota a ganhar neste domingo foi Christina Nielsen, atual campeã da divisão GTD da Imsa. Em Road America, a dinamarquesa comandou o Porsche da equipe Wright no começo da prova, fazendo com que Patrick Long assumisse o equipamento na segunda colocação.
Faltando 44 minutos para o fim, ele superou a Lamborghini de Bryan Selles, para cruzar a linha de chegada na frente. Esse também foi o primeiro triunfo da Wright na Imsa.
Um aspecto que essas três pilotas têm em comum é o envolvimento de montadoras em suas carreiras. Chadwick foi campeã do GT Ingês pela Aston Martin, mesma marca que Haigh defende neste ano. E Nielsen trocou a Ferrari pela Porsche para 2018.
Elas não são pilotas de fábrica, mas o dinheiro das montadoras as têm ajudado seguir carreira. Deve ser uma tendência nos próximos anos as fabricantes investirem cada vez mais em mulheres para seus times principais.
Como o automobilismo não é um esporte inclusivo nesse sentido – apesar do sucesso neste fim de semana, as três são exceções – , a volta de uma mulher à F1 não deve acontecer tão cedo. Mas está chegando o momento em que pilotas vencerão as principais corridas de longa duração, como Le Mans, Daytona, Spa-Francorchamps e Nurburgring.
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