Ainda estamos em junho, mas o mercado de pilotos para a próxima temporada da MotoGP já foi praticamente todo definido, ao menos nas principais equipes. Confira abaixo quem ganhou e quem perdeu nas negociações:

HONDA
Nota: 9,6

Ninguém esperava que a Honda fosse mexer na dupla de pilotos para a próxima temporada. Afinal, a montadora conta com Marc Márquez, que venceu quatro dos últimos cinco campeonatos, e Dani Pedrosa, titular desde 2006.

Mas o primeiro sinal que uma mudança podia acontecer veio quando a fabricante assinou um pré-contrato com Joan Mir, atual campeão da Moto3, em maio.

Mir, na verdade, era um plano B, caso a principal negociação não desse certo: com Jorge Lorenzo, tri da MotoGP e que conquistou todos os seus títulos pela Yamaha, a principal rival da Honda.

Pelos resultados fracos nessa sua passagem pela Ducati, para quem compete desde 2017, Lorenzo já enfrentava desconfiança. Havia quem questionava se ele ainda era capaz de ser competitivo e voltar a vencer na MotoGP. Assim, a montadora italiana não fez muita questão de mantê-lo – falava em cortar o salário do piloto para renovar -, e a Honda percebeu que essa era a oportunidade de contratá-lo.

Foi uma pechincha: quatro milhões de euros por temporada, cerca de um terço do que Márquez ganha.

Desde, então, Lorenzo chegou em primeiro nas duas últimas etapas, mostrando que a Honda fez certo em confiar nele. Agora, a montadora poderá oito títulos entre seus dois pilotos no começo de 2019, caso Márquez chegue ao penta neste ano.

E para quem não percebeu, a nota 9,6 da Honda é a média do 99, número usado por Lorenzo, com o 93 de Márquez, em uma escala até dez.


YAMAHA
Nota: 6,5

A Yamaha abriu mão de ser dona do próprio destino quando permitiu que Valentino Rossi, de 39 anos, escolhesse quando vai se aposentar. Por um lado é muito justo, se pensarmos que o italiano é um dos maiores nomes da história da MotoGP e que alcançou quatro títulos pela fabricante japonesa. Por outro, é alguém que desde o começo de 2016 só chegou em primeiro em três corridas.

Como seria improvável uma demissão de Rossi, a Yamaha tratou logo de renovar o contrato de Maverick Viñales por mais duas temporadas. Aos 23 anos de idade, o espanhol já triunfou quatro vezes na MotoGP e representa o futuro da Yamaha na categoria. A ideia é que com a aposentadoria do companheiro, ele se torne o líder do time.

Mas as renovações de Rossi e Viñales significaram que as portas estavam fechadas para o retorno de Lorenzo (que foi parar na Honda) e para uma promoção de Johann Zarco, da Tech3, considerado um dos principais nomes da nova geração. Sem chances na equipe de fábrica, o francês assinou com a KTM.

Para piorar, a Tech3 deixou o posto de time satélite da Yamaha no próximo ano e acertou com a mesma KTM. Ou seja, a fabricante japonesa terá uma equipe a menos para desenvolver o equipamento e conquistar bons resultados.

Nem tudo está perdido, no entanto. Renovar com Viñales foi a decisão correta pensando no futuro e se especula a criação de uma equipe satélite para o posto que era da Tech3, podendo até ter Pedrosa como titular.


DUCATI
Nota: 7

Não ia importar o que a Ducati fizesse no mercado de pilotos, ela ia perder. Se levarmos em conta que Jorge Lorenzo era o grande nome disponível, o único lugar que ele não queria estar era na fabricante italiana, por isso não tinha como a montadora ter um final feliz nas negociações.

Após menos de dois anos na Itália, o espanhol deu tchau para todo mundo e vai para a Honda.

Para piorar, bastou se despedir do time que o tricampeão começou a vencer. Tanto que já está empatado com Andrea Dovizioso, o outro piloto da montadora, na tabela de pontos. Será que a Ducati escolheu o nome errado para renovar?

Para o lugar do espanhol, a escuderia terá Danilo Petrucci, promovido de forma justa após obter seis pódios com a satélite Pramac. No entanto, o italiano é avaliado como um piloto com potencial menor que Márquez, Zarco ou Viñales, então há algumas dúvidas sobre como ele vai se sair em um time de fábrica.

A vaga na Pramac foi ocupada por Pecco Bagnaia, um dos destaques da Moto2 e que está sendo lapidado para ser uma dos principais nomes da Ducati no futuro.


KTM
Nota: 8

A fabricante austríaca levou Zarco, que era o segundo maior nome disponível no mercado, assinou com a Tech3, para ajudar a desenvolver o equipamento, e abriu espaço para a chegada de Miguel Oliveira, destaque da Moto2, em seu time satélite. Só falta desenvolver uma moto boa, algo que ainda está devendo na categoria.


SUZUKI
Nota: 7

Com a Honda escolhendo Lorenzo, a Suzuki teve caminho livre para assinar com Mir para a vaga de Andrea Iannone. A ideia é que o espanhol se desenvolva na montadora japonesa e a leve de volta às vitórias, da mesma forma que foi feito com Vinãles em 2015 e 2016.

Mir terá como parceiro Alex Rins, que acabou de conquistar seu primeiro pódio pela esquadra. Sobrou para Iannone, dispensado por uma equipe de fábrica pela segunda vez em dois anos.

Também houve rumores sobre a expansão da Suzuki para um time satélite, mas os planos, ao menos por enquanto, foram abortados. Assim, desenvolver o equipamento ficará a cabo dos dois jovens espanhóis.


APRILIA
Nota: 6

O que chamou a atenção é que a Aprilia decidiu demitir Scott Redding e trazer Iannone após o britânico ter disputado só seis provas pela fabricante. É verdade que ele foi mal em todas, mas praticamente não teve chance de mostrar resultados.

Além dos fracos resultados do Redding, também pesa que Iannone será um italiano numa moto italiana.

O outro piloto da escuderia continua sendo Aleix Espargaró, que, assim como o novo companheiro, chegou à Aprilia no ano passado após ser dispensado pela Suzuki.


OUTRAS EQUIPES

Ainda restam algumas vagas abertas em escuderias menores para 2019. Mas já se sabe que Xavier Siméon continua na Avintia, assim como Franco Morbidelli, na MarcVDS.

Nas satélites, Cal Crutchlow segue defendendo as cores da Honda na LCR, enquanto Hafizh Syahrin foi mantido na Tech3, com Jack Miller herdando de Petrucci a Ducati da Pramac com as especificações mais atualizada e apoio de fábrica.

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