Representante da Academia da Ferrari e apontado por Sebastian Vettel como piloto capaz de levar o Brasil de volta ao grid da F1, Gianluca Petecof começa neste fim de semana a disputa da F4 Italiana bastante pressionado.
Fazendo a transição do kartismo para os monopostos neste ano, ele precisa ser campeão se quiser igualar a Marcus Armstrong e Lance Stroll.
Assim como Petecof, esses dois pilotos estrearam na F4 com apoio da Academia da Ferrari e andaram pela Prema, a melhor equipe do certame. E os dois levantaram a taça no fim de suas temporadas.
Agora chegou a vez do brasileiro. É verdade que o título agora não significa muito. Seria mais importante para Petecof aprender o máximo sobre os monopostos e evoluir ao longo da temporada conquistando pódios e vitórias. Mas por ser da mesma geração de Armstrong, pode ser que em um futuro não muito distante eles disputem entre si a permanência na Academia na Ferrari e até uma promoção para a F1. Aí o fato de um ter sido campeão por onde passou e o outro não pode pesar.
Mas para ficar com a taça, Petecof enfrentará um grid cheio de pilotos mais experientes, a começar por Enzo Fittipaldi, seu compatriota, companheiro de equipe e colega de Academia de Ferrari.
O neto de Emerson Fittipaldi teve uma primeira temporada complicada nos monopostos em 2017, nem sequer chegando ao pódio na F4 Italiana. Mas só na abertura da F4 Alemã 2018, no último fim de semana, ele obteve um segundo e um terceiro lugares. O brasileiro também esteve entre os mais rápidos na pré-temporada. Se conseguir aliar o bom equipamento da Prema com consistência de resultados, terá grandes chances de levar o título.
Dentre os italianos, a maior ameaça é Leonardo Lorandi, novato mais bem classificado na categoria no ano passado, com uma vitória. Consistência para ele não costuma ser problema: foi o único piloto que terminou todas as corridas de 2017. E, para 2018, ele renovou contrato com a equipe Bhaitech, uma das principais do grid.
Mais veterano ainda é Toby Sowery, britânico que estreia na F4 Italiana, mas que disputou a F3 Inglesa nas duas últimas temporadas. Descendo um degrau em 2018, ele foi escalado pela equipe KDC, de Monisha Kaltenborn (ex-chefe da Sauber na F1) como piloto de testes, mas assumiu um dos carros do time ao menos para essa rodada de abertura. Se participar de todas as corridas do ano, é um forte concorrente.
E não podemos nos esquecer da equipe Jenzer. O time suíço levou o argentino Marcos Siebert ao título de 2016, em uma disputa contra Mick Schumacher, e só não ganhou no ano passado porque o holandês Job van Uitert acumulou quatro abandonos seguidos entre as etapas de Vallelunga e Mugello, permitindo que Armstrong disparasse na tabela.
Nesta temporada, a escuderia terá seis carros. Destaque para o suíço Gregoire Saucy, que inicia seu segundo ano no time, assim como o argentino Giorgio Carrara e o italiano Federico Malvestiti. Entre os novatos, o mexicano Javier Gonzalez veio da F4 Francesa, o malaio Nazim Azman disputou diversas F4 ao redor do mundo, mas sem grandes resultados, e o dinamarquês Oliver Rasmussen está fazendo a transição do kartismo.
E correndo por fora está Ian Rodriguez, piloto da Guatemala. Ele renovou com a equipe DRZ Benelli e chegou a liderar algumas sessões de treinos de pré-temporada.
Para ficar de olho, há ainda o trio de novatos da Mucke (William Alatalo, Niklas Krutten e Ido Cohen), o britânico Olli Caldwell, companheiro dos brasileiros na Prema, e o russo Ilya Morozov, um dos destaques do kartismo e que será parceiro de Sowery na KDC.
NÚMEROS
Com a F4 Alemã tendo começado na semana passada com 21 carros – sendo que os finlandeses Konsta Lappalainen e Jesse Saumenatio foram inscritos de última hora – não deixa de ser uma surpresa a F4 Italiana ter 31 nomes confirmados para Adria.
Nos últimos anos, acontecia o contrário, com o certame italiano com menos competidores que o alemão.
O segredo para essa virada é a presença de equipes menores da própria Itália, como Technorace e Corbetta – na Alemã só há escuderias médias e grandes. E a Cram, intermediária, ter quatro pilotos.
Também ajudou a F4 Italiana atrair pilotos de diversos países de pouca tradição no automobilismo, como Hungria, Guatemala, Israel e República Tcheca.
Há ainda uma representante dos Emirados Árabes Unidos: Amna Al-Qubaisi, filha de Khaled Al-Qubaisi, piloto que disputou o WEC, o Mundial de Endurance nos últimos anos. Durante 2017, ela testou pela Prema diversas vezes no circuito de Yas Marina e agora fará a estreia no automobilismo europeu no quarto carro da esquadra italiana.
Você pode clicar aqui para ver todos os pilotos inscritos na temporada 2018 da F4 Italiana.
E aqui para acompanhar os resultados completos da rodada de abertura do certame, em Adria.