Com centenas de pilotos distribuídos em 14 campeonatos ao redor do globo, a F4 se firmou, em 2017, como a principal categoria de porta de entrada para quem veio do kartismo, ainda que os nomes mais badalados não tenham ido bem neste ano.
Com direito a brasileiro na luta pelo título, relembre abaixo como foram os principais campeonatos da modalidade neste ano:
F4 Alemã
Com sete vitórias, Felipe Drugovich foi o piloto que mais triunfou na temporada, mas uma série de problemas nas primeiras baterias de cada fim de semana –cujo resultado define o grid invertido da terceira prova– o prejudicou.
Por exemplo, na abertura do campeonato, em Oschersleben, perdeu um pódio ao ser punido por bloquear um adversário. No Red Bull Ring, se envolveu em um acidente nas primeiras voltas, assim como em Nurburgring. Enquanto isso, Juri Vips liderava o campeonato com base na consistência, enquanto Marcus Armstrong, da Academia da Ferrari, se tornou forte concorrente ao título, com pódios e vitórias após um fraco início de ano.
Apesar de chegar à última etapa, em Hockenheimring, em desvantagem, Drugovich deu a volta por cima ao vencer a primeira bateria e ver os dois adversários naufragarem no treino classificatório. Mas um abandono na segunda corrida e uma terceira bateria marcada por toques (nos quais não teve culpa) acabaram com as chances de levantar a taça.
O campeonato também teve Enzo Fittipaldi, que disputou apenas a rodada de Nurburgring e conquistou um terceiro lugar como melhor resultado.
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F4 Australiana
Com oito vitórias em 21 corridas, o australiano Nick Rowe, que já tinha experiência em campeonatos menores da Ásia, foi o campeão. Mas olho no neozelandês Liam Lawson, de 15 anos. Vice-campeão, ele conquistou a vaga na seletiva do Road to Indy e, assim como Olin Galli, avançou para a final, embora não tenha ficado com a vaga na categoria americana.
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F4 Inglesa
Em seu segundo ano, Jamie Caroline começou a temporada avassalador com oito vitórias nas primeiras dez corridas. Depois, uma série de problemas em classificações, principalmente nas que aconteceram em pista molhada – e foram muitas –, fizeram com que o britânico tivesse uma queda de desempenho, com só dois triunfos nas 23 provas seguintes.
Ainda assim, foi o suficiente para ficar com a taça, já que nenhum piloto apareceu como segunda força no campeonato. O vice ficou com o australiano Oscar Piastri, que vai para a F-Renault em 2018.
Campeão mundial de kart em 2015, Logan Sargeant decepcionou com uma transição complicada para os monopostos e obteve apenas duas vitórias, ainda que tenha sido o maior pontuador da parte final da temporada.
Do ponto negativo, o campeonato ficou marcado pelo grave acidente de Billy Monger, em Brands Hatch, pelo qual teve as duas permas amputadas. Na batida, ele não conseguiu desviar do carro parado de Patrik Pasma, atingindo-o com tudo na traseira.
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F4 Chinesa
Com 12 vitórias em 20 corridas, Charles Leong foi o campeão. Ele é apontado como um dos principais pilotos de Macau para o futuro e, no ano que vem, deve correr na F-Renault, na Europa.
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F4 Dinamarquesa
Talvez o mais interessante desse campeonato é ter uma subdivisão chamada F5. Nela, correm os antigos carros da F-Ford, categoria antecessora da F4.
O campeão foi Daniel Lundgaard, irmão de Christian Lundgaard (que em breve aparecerá neste texto). Mais importante foi o desempenho de Noah Watt, filho do ex-piloto Jason Watt (com boa passagem pela F3000 na década de 1990), abaixo do esperado após bons anos no kartismo.
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F4 Italiana
A exemplo do que aconteceu na F4 Alemã, Marcus Armstrong demorou para pegar a mão do carro. A primeira vitória veio só na terceira etapa, em Vallelunga. Antes, o campeonato foi dominado de forma surpreendente pela equipe Bhaitech e por Job van Uitert, da Jenzer.
Após Vallelunga, Armstrong conquistou mais três vitórias e cinco pódios para levar a taça, se beneficiando da inconsistência dos adversários.
Dois brasileiros participaram de todas as etapas: Enzo Fittipaldi fechou o ano em nono, tendo chegado quatro vezes na quinta colocação como melhor resultado, e Felipe Branquinho foi o 13º, pontuando em só duas das 21 corridas.
Felipe Drugovich disputou duas etapas e venceu uma das baterias em Vallelunga.
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F4 Japonesa
Foi com uma virada na última etapa, em Motegi, que Ritomo Miyata garantiu o bizarro bicampeonato da F4 Japonesa, apesar de na teoria os pilotos serem proibidos de defender o título na modalidade.
O vice-campeão foi Ukyo Sasahara, acolhido pela Honda após boa passagem pelo automobilismo europeu, tendo vencido corridas na F-Renault nos últimos anos. Ele terminou no pódio nas sete primeiras corridas, mas dois quintos lugares em Motegi acabaram com suas chances.
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F4 Francesa
Outro campeonato em que o kartista badalado não ficou com o título. Vencedor do Mundial do ano passado, Victor Martins começou a temporada com três vitórias em quatro corridas, mas depois só voltou a triunfar na penúltima rodada. Resultados como o 16º em uma das baterias em Pau e o 13º em Magny-Cours fizeram com que Arthur Rougier assumisse a liderança da tabela com triunfos em Pau e em Spa-Francorchamps.
Martins até conseguiu retomar a ponta após a rodada de Barcelona, mas tomou a virada em Paul Ricard, com Rougier somando um vitória e dois segundos lugares.
Outro piloto que merece destaque foi Charles Milesi, que por também não competir na F-Renault, não pôde participar de todas as etapas, mas venceu corridas em ambos os campeonatos e estará na Toyota Racing Series no começo do ano que vem.
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F4 Mexicana
Calvin Ming, da Guiana, foi o campeão com oito triunfos, contra cinco de José Sierra, Mexicano que já havia disputado a F4 Francesa.
Ming também disputou a USF2000, onde foi o quinto colocado e deve subir para a Pro Mazda no ano que vem.
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F4 Norte-Europeia
Correndo pelo programa da Renault, Christian Lundgaard manteve o domínio de pilotos apoiados por equipes da F1 e que já brilhavam desde a época do kart. Antes dele, Niko Kari e Richard Verschoor, ambos com passagem pelo Junior Team da Red Bull, já haviam levantado a taça desta F4.
Resta saber, se Lundgaard terá sucesso na F-Renault no ano que vem (que parece o próximo passo em sua carreira) ou se enfrentará os altos e baixos de Kari e Verschoor, já dispensados pela Red Bull.
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F4 Espanhola
Composta pelas mesmas equipes da Norte-Euorpeia, a F4 Espanhola teve um aumento considerável no grid em 2017, com 13 carros em média por etapa. A taça ficou com Lundgaard, que obteve sete vitória e contou com o desempenho ruim do russo Aleksandr Smoylar na última etapa.
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F4 dos Emirados Árabes Unidos.
Além de marcar as estreias de Logan Sargeant e Oscar Piastri nos monopostos, a única outra relevância da categoria foi mostrar o desequilíbrio entre as equipes vindas da Alemanha e as do Oriente Médio.
O campeão foi Jonathan Aberdein, que só não venceu quatro das 21 provas (incluindo três que não valeram pontos).
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F4 do Sudeste Asiático
A única razão para o campeonato ter algum interesse foi desenvolver Presley Martono, piloto da Indonésia e com bom desempenho no kartismo. Ele foi o campeão, é verdade, mas apenas porque Faine Kahia, da Nova Zelândia, teve que descartar seis pontos (os piores resultados não contavam) e acabou superado pelo adversário.
A categoria também teve alguns episódios peculiares. Na Tailândia, foram disputadas sete baterias em um único fim de semana.
E na temporada 2017/18, já sem Martono, uma das corridas em Sepang, justamente na preliminar da F1, todos os pilotos abandonaram devido a pane seca.
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F4 USA
Em seu segundo ano na categoria, Kyle Kirkwood, competindo pela Cape (equipe que já domina a USF2000) esteve imbatível. Foram seis vitórias seguidas nas etapas de Indianápolis e de Mosport, além de triunfos em Mid-Ohio, na Vírginia e no Cota, na preliminar da F1.
O destaque para o campeonato foi o grid com 34 carros em média, o maior de uma F4 no mundo.