Quando criei o World of Motorsport, em 2010, me inspirei nos esportes americanos para montar um sistema de pontuação para analisar o desempenho dos pilotos novatos na F1, já que a principal categoria do automobilismo mundial não tem uma classificação à parte para os estreantes.
Assim, após cada GP do ano, tenho pontuado os novatos no clássico 10-6-4-3-2-1, que foi usado pela F1 na década de 1990, além de dar bônus para cada ponto que marcassem no campeonato normal.
Um piloto que chegasse em nono e fosse o mais bem classificado entre os calouros, por exemplo, leva 12 pontos: dez referentes à liderança entre os novatos e mais dois pelo nono posto.
Nessas regras, em 2010, Vitaly Petrov – então na Renault – superou Nico Hülkenberg e Kamui Kobayashi para terminar como novato do ano e, no campeonato seguinte, Paul Di Resta venceu Sergio Pérez e Pastor Maldonado.
É curioso ver como, passados alguns anos, nem sempre o piloto que teve o melhor desempenho em seu ano de estreia seguiu na F1. Petrov e Di Resta já estão longe da categoria, enquanto Hulkenberg e Pérez, coincidentemente, foram companheiros de equipe nos últimos anos.
Continuando, sem maiores surpresas Jean-Éric Vergne bateu Charles Pic, na fraca Marussia, em 2012 .
No ano seguinte, foi a vez de Esteban Gutiérrez ser o Rookie of the Year, embora Valtteri Bottas tenha terminado na frente na pontuação oficial da F1. Tanto Williams quanto Sauber tinham carros muito ruins naquela temporada, e Bottas acabou prejudicado também pela mudança de composto da Pirelli no meio do campeonato.
Em 2014, Kevin Magnussen superou Daniil Kvyat e Marcus Ericsson fazendo uso de uma McLaren capaz de chegar constantemente no top-10. Enquanto, no ano passado, sem nenhuma surpresa, Max Verstappen venceu o prêmio, ao superar Carlos Sainz Jr. e Felipe Nasr.
Ter um carro bom foi determinante, em 2016, para a escolha do novato do ano. Afinal, por pior que fosse a Renault, Jolyon Palmer teve um equipamento muito melhor que a Manor de Pascal Wehrlein, Esteban Ocon e Rio Haryanto, os outros três estreantes da temporada.
E olha que a vida de Palmer – que já não era muito complicada – ficou ainda mais tranquila, uma vez que Haryanto disputou apenas as 12 primeiras provas do ano, antes de passar o carro para Ocon.
Aliás, se dividirmos a temporada em duas metades, antes e depois do GP da Alemanha (o último disputado pelo indonésio na F1), os resultados são bem contrastantes.
Ainda com Haryanto no grid e levando o esquema de pontos do prêmio, Wehrlein aparece na liderança, com 93, cinco a mais que Palmer.
No entanto, nas últimas nove corridas o alemão perdeu rendimento. Ele não só foi ultrapassado por Palmer, mas somou menos pontos até mesmo que Ocon – 58 a 50 entre os carros da Manor.
Daí dá para começar a entender por que a Force India preferiu o francês (três vezes o melhor novato classificado em nove corridas disputadas) para 2017, no lugar de Nico Hulkenberg, que foi para a Renault.
Para terminar, houve ainda um quinto estreante em 2016: Stoffel Vandoorne. O belga substituiu Fernando Alonso no GP do Bahrein, mas não entra na disputa para o Rookie of the Year do blog por ter feito uma única corrida. Ele competirá pelo prêmio normalmente em 2017, caso dispute mais etapas.

Assim, com 161 pontos marcados, Jolyon Palmer conquistou o prêmio World of Motorsport Rookie of the Year de 2016.
Confira abaixo a pontuação etapa por etapa do Rookie of the Year (clique na tabela para ampliar, se necessário):