A situação do automobilismo brasileiro ficou um pouco mais clara nos últimos dias com a confirmação do GP do Brasil do ano que vem em Interlagos e com a ida de Sergio Sette Câmara para a GP2.
Quanto à corrida, desde a primeira vez que a FIA colocou que a prova poderia não acontecer, os promotores afirmaram que a de 2017 não corria perigo. O problema é depois.
Nos próximos meses, assuntos como a privatização de Interlagos e perda de interesse do público pela F1, já que o país provavelmente não deve ter pilotos na categoria no ano que vem, devem entrar no debate e podem prejudicar a realização do GP em 2018.
Menos clara que a corrida está a situação de Felipe Nasr e Felipe Massa, que se aposentou da F1 e ainda não anunciou o que fará no ano que vem.
E Nasr ainda negocia para permanecer na F1, embora os principais rumores no momento colocam Pascal Wehrlein na Sauber e Esteban Gutiérrez na Manor. Sobraria uma vaga na Manor, mas deve ir para quem pagar mais, como sempre.
O destino mais provável de Nasr seria um ano como piloto de testes – meu palpite seria na Williams – e tentar voltar ao grid em 2018, quando a maior parte das equipes deverá ter vagas abertas.
Com Sette Câmara na GP2, o ano de 2018 também se torna a primeira oportunidade real que ele terá para correr na F1, embora ele deva enfrentar uma temporada complicada de estreia na categoria de acesso por ainda não ter vencido na carreira e estar em uma equipe não mais que mediana.
Caso o fim do apoio da Red Bull se confirme, o mais provável é que ele brigue para estar no grid da F1 o mais cedo em 2019.
Sette Câmara é conhecido por ter diversos patrocinadores, incluindo a Petrobras desde o começo deste ano. Uma eventual chegada dele à F1 pode incentivar essas empresas a investirem no GP do Brasil para manter a prova no calendário (ou fazê-la voltar).
O outro piloto brasileiro relativamente próximo à F1 é Pietro Fittipaldi, que deve continuar na F-V8 3.5 no ano que vem. Em caso de título em 2017, não seria impossível que ele pulasse para a principal categoria do automobilismo mundial no ano seguinte.
Mas o mais provável é que ele faça um ou dois anos de GP2 também. Então, o mais cedo de Fittipaldi na F1 deve ser 2020.
Há ainda Pedro Piquet, Matheus Leist, Vitor Baptista e Giuliano Raucci na Europa, mas ainda é muito cedo para falar se qualquer um deles um dia pode ter chances na F1. O mesmo exercício de futurologia é quase impossível com Felipe Drugovich ou com os kartistas Caio Collet, Gianluca Petecof e Marcel Della Coletta.