
Qual é o tamanho de Pipo Derani para o automobilismo brasileiro hoje?
Será que após as vitórias em Daytona e em Sebring já se pode colocá-lo no mesmo patamar de Augusto Farfus, Jaime Melo, João Paulo de Oliveira e de vários outros pilotos que encontraram sucesso fora F1?
Neste momento, ainda parece um exagero. Derani venceu duas das corridas mais importantes de longa duração do calendário mundial, mas ainda é pouco. Em toda carreira até 2015, Pipo tem apenas três vitórias.
Jaime Melo, Augusto Farfus e João Paulo de Oliveira, entre outros, tiveram destaque porque lutam por títulos e vitórias em um ano sim e no outro também.
Assim, cabe a Pipo esperar mais um pouco – e continuar a vencer – para chegar ao nível desses outros pilotos brasileiros.
Lembrando que Derani, no kartismo, era considerado uma das principais promessas do automobilismo do país.
Fez a estreia nos monopostos na F-Renault Norte-Europeia, quando tinha apenas 16 anos de idade, competindo por uma equipe Motopark, que já contava com nomes como António Félix da Costa, Kevin Magnussen, Adrian Quaife-Hobbs entre outros.
Em vez de ficar um segundo ano na categoria, o paulista foi levado pela Motopark para a F3 Alemã, onde teve um desempenho abaixo do esperado com apenas 20 pontos marcados.
No ano seguinte, estreou pela Double R, na F3 Inglesa, no primeiro ano da equipe sob comando de Anthony Hieatt, sem Kimi Raikkonen e Steven Robertson. Ficou na categoria por um segundo ano, mas andando pela Fortec, para quem venceu duas vezes.
Em 2013, fez seu último ano de F3, tendo sido um dos destaques da parte final da temporada da F3 Euro. Quase venceu uma das corridas (dizia que estava na liderança antes de o safety-car ser acionado, mas a primeira colocação foi dada para Raffaele Marciello) e foi o terceiro em Macau, em uma prova que bateu rodas com Felix Rosenqvist e se aproveitou de um erro de Marciello.
Nessa época, Mick Kouros, engenheiro da Fortec, já havia dito que o problema de Pipo era a falta de confiança, não de velocidade. Kouros tinha como destaque extrair o melhor de seus pilotos. Foi o que fez com o brasileiro.
Pipo, então, mudou-se para os EUA, mas participou apenas de metade da temporada da Pro Mazda, antes de ser liberado pela equipe Pelfrey. Conheceu, assim, o endurance, tendo disputado algumas etapas da ELMS.
No ano passado, estreou no WEC pela OAK, ao lado de Gustavo Yacaman e Ricardo González. Com a equipe deixando a categoria e formando uma parceria com a Extreme Speed, Pipo foi para o time de Scott Sharp.
Tanto em Daytona quanto em Sebring, dá para dizer que ele fez uso da vantagem dos LMP2 no Balance of Performance.
É verdade. Mas, para compensar, Pipo competiu com dois gentleman drivers (Ed Brown e Johannes van Overbeek), enquanto alguns dos principais times adversários são formados apenas por pilotos profissionais, como Ryan Dalziel, Marc Goossens e Ryan Hunter-Reay ou Christian Fittipaldi, João Barbosa e Filipe Albuquerque.