
A McLaren começa 2016 pressionada pelo fiasco de 2015. Acostumada a brigar por títulos e vitórias, a escuderia terminou a temporada passada à frente apenas da Manor e com o quinto lugar, de Fernando Alonso na Hungria, como melhor resultado.
Por essa razão, é difícil imaginar que o desempenho neste ano seja ainda pior, o que por si só é uma razão para algum otimismo para Alonso e para Jenson Button.
O grande problema da McLaren no último ano foi o motor Honda, muito mais fraco que os rivais, principalmente o sistema de recuperação de energia. O MP4-30, em si, não era ruim. Então, nada mais lógico que o MP4-31 ser uma evolução dele.
A grande esperança durante a pré-temporada veio de um jornal espanhol, que revelou ganhos de 200 hp da Honda na atualização do motor. A McLaren negou, e após a primeira bateria de testes a evolução não parece ter sido tão grande.
Na parte técnica, a equipe seguiu com a filosofia do tamanho zero em seus componentes. Isto é, fazê-los o menor e mais leves possíveis para beneficiar a aerodinâmica e o centro de gravidade.

Começando a análise pela parte dianteira, o bico, mais curvo, é bastante similar ao usado no fim do ano passado, sendo o nariz com o emblema da Honda mais curto que a asa dianteira. Há ainda dois furos no suporte da peça, para beneficiar a passagem no ar.
A McLaren também conta com o S-duct, localizado no começo do monocoque, que serve para levar o ar debaixo do carro para a parte de cima.
Na suspensão dianteira, o time manteve o sistema pullrod, embora tenha alterado a posição de alguns componentes de olho no ganho aerodinâmico.
Outra novidade está na entrada de ar da tampa do motor. O suporte dela agora é de apenas um pino de alumínio, deixando o carro mais leve. Na parte interna, a entrada de ar segue sendo dividida horizontalmente em duas, com uma das partes refrigerando o motor e a outra, alguns componentes eletrônicos.
A McLaren segue com sidepods bem pequenos e curtos, seguindo a filosofia de tamanho zero.
Na parte de trás, duas modificações. O suporte da asa traseira passa o meio do escapamento, assim como acontecia no carro da Toro Rosso do ano passado. Essa solução serve tanto para dar mais estabilidade quanto para direcionar o ar expelido.

A própria asa em si é mais recortada e esculpida que a do ano passado.
No fim, apesar das modificações, vai depender mesmo do motor. Se tiver desempenho e confiabilidade, a McLaren poderá voltar a brigar por pontos e, quem sabe, pódios de forma constante. Do contrário, com a melhora da Manor e com a Haas parecendo promissora, será um 2016 difícil para o time.
Como está havendo uma demora para a McLaren Honda enfim ser competitiva, talvez os dirigentes possam considerar um projeto de longo prazo e apostar na evolução do equipamento conforme vão desenvolvendo Stoffel Vandoorne e Nobuharu Matsushita.
Essa é claramente a dupla do futuro da escuderia, mas que tem recebido poucas chances devido à insistência dos dirigentes em veteranos.
Carros da F1 2016 – basta clicar no link em azul para ver a análise de cada um:
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Haas VF-16
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Sauber C35