
Se alguém na F1 pode parar a Mercedes em 2016 é a Ferrari. Ao menos é o que a última temporada demonstrou. Mesmo com o time alemão tendo um domínio ainda maior que no ano anterior, os italianos conquistaram três vitórias, e Sebastian Vettel ainda esteve na batalha pelo vice-campeonato.
O problema é que ter lutado pelo vice até o fim pode ter trazido más consequências para o time de Maranello.
A equipe, que tem Vettel e Kimi Raikkonen como titulares, trabalhou no desenvolvimento do carro do ano passado até as últimas etapas, o que atrasou o SF16-H. A Ferrari garante que o tempo perdido não foi um problema e estará 100% até o GP da China, a terceira etapa do Mundial.
O que também pode ter atrasado a Ferrari foi a polêmica envolvendo Benjamin Hoyle. O engenheiro, que deixou a Mercedes no fim do ano passado, era especulado na equipe italiana, mas por ter copiado diversos arquivos secretos, a negociação não aconteceu para evitar um novo escândalo de espionagem na F1.
Para compensar o tempo perdido, a Ferrari pode se agarrar na Haas. Durante boa parte do ano passado, houve a suspeita de que a esquadra italiana estivesse usando o tempo que o time americano tem direito no túnel de vento para seu próprio benefício. A F1 até mudou as regras para evitar esse tipo de troca, mas o trabalho que já havia sido feito não pôde ser apagado.

Assim, as principais novidades da Ferrari SF16-H estão na aerodinâmica, como a parte traseira mais fina e recortada. O sidepod também foi reformulado, assim como a entrada de ar na tampa do motor, que, em formato de “U” invertido, está mais para a frente e segurada por uma única haste.
Ainda na tampa do motor, ela sobe um pouquinho antes da parte traseira, o que pode indicar algum truque aerodinâmico da equipe.
Outras duas novidades – ainda mais interessantes – completam o pacote da Ferrari de 2016.
O bico é bem mais curto que a prancha do ano passado. Ele é muito similar ao da Sauber, embora houvesse a especulação que a Ferrari não conseguiu desenvolver um bico similar ao da Mercedes e que passasse no crash test obrigatório.
A outra é a suspensão dianteira em pushrod. Durante muito tempo a Ferrari defendeu o uso do sistema pullrod alegando ganhos aerodinâmicos, embora até mesmo os pilotos dissessem que havia problemas na suspensão. Agora, ela foi alterada.
Por fim, sem nenhum ganho técnico, vale ressaltar o truque da Marlboro. Se você pegar o vermelho da parte traseira da carenagem e unir com o logo da Ferrari, verá claramente o logo da Marlboro. É tão genial que me surpreende ninguém ter proibido.

Se a nova SF16-H é o bastante para vencer a Mercedes em 2016, só vamos ver no GP da Austrália. Mas o carro é mais que uma evolução. Representa modificações profundas na Ferrari no desejo de voltar a ser campeã.
Carros da F1 2016 – basta clicar no link em azul para ver a análise de cada um:
Williams FW38
Haas VF-16
Mercedes W07 Hybrid
McLaren MP4-31
Sauber C35