Oliver Rowland, da academia da Renault, é mais velho que um dos titulares
Oliver Rowland, da academia da Renault, é mais velho que um dos titulares

A Renault escolheu o caminho mais fácil ao apresentar sua nova versão da academia de pilotos, na última semana em Paris.

O reformulado programa de jovens talentos terá Oliver Rowland, Jack Aitken, Kevin Joerg e Louis Délétraz. Todos tiveram bom desempenho no último ano nas categorias da montadora francesa.

Rowland venceu a World Series, Aitken ganhou tanto a F-Renault Eurocup quanto a Alps, Délétraz triunfou na F-Renault NEC. E Jorg foi vice na NEC e terceiro na Eurocup.

Enquanto um currículo recheado é importante para qualquer jovem piloto, esse não deveria ser o único critério a ser observado.

Potencial é outro. Rowland, por exemplo, é mais velho que o titular Kevin Magnussen e que o reserva Esteban Ocon. Também tem um currículo mais pobre. Assim, o que levaria a Renault a apostar nele no futuro se o time já tem pilotos melhores?

Outro quesito é como eles chegaram lá. Os três da F-Renault estavam no terceiro ano na categoria. Aitken disputou um ano de NEC e dois de Eurocup, Délétraz teve três anos de NEC e Joerg fez um de Alps e dois de Eurocup. O trio também já tinha experiência prévia em outras categorias de monopostos.

Com tanta experiência, o mínimo que eles deveriam fazer era disputar o título, ainda mais porque contavam com bom equipamento. Isso não os torna pilotos piores, mas ajuda a contextualizar de qual forma foram campeões.

Esses pequenos problemas no desenvolvimento de cada um deles passam a impressão que a Renault nem sequer se esforçou na hora de construir seu time júnior. Pegou os nomes óbvios no lugar de buscar quem realmente pode ter potencial para ser um fora de série no esporte a motor.

Como a Renault não tem uma equipe B na F1, ao contrário da Red Bull, é difícil imaginar que qualquer um deles tenha alguma chance no time titular. São ótimos pilotos para serem mais do mesmo, feijão com arroz, aqueles que no máximo pontuam de vez em quando na F1.

Mas uma montadora deve buscar gente capaz de vencer campeonatos, e nenhum deles parece se enquadrar nessa característica.

Ironicamente, o único fora de série em toda a Renault é Ocon, que foi desenvolvido pela Lotus antes de ser contratado pela Mercedes. A Lotus, aliás, tinha opções mais criativas e interessantes. Pena que nenhum foi chamado pela esquadra francesa. Alex Albon, por exemplo, demorou um pouco, mas conseguiu se transformar em um piloto de ponta. Empolga mais que Délétrazes e Joergs.

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