
A nova F3.5 V8, categoria que substitui a World Series by Renault em 2016, começou a responder algumas questões sobre o próprio futuro na última semana.
Desde que a montadora francesa retirou o apoio ao campeonato e o devolveu a Jaime Alguersuari Sr. (o pai do ex-piloto de F1), havia dúvidas se o certame iria conseguir atrair bons pilotos e sobreviver no ano que vem.
Mas algumas das respostas começaram a surgir na última semana. Embora as equipes Dams e Draco tenham deixado a categoria – a primeira vai disputar a GP3 enquanto a segunda foi vendida – três novas escuderias se juntaram ao certame.
A AF Corse, que inscreve carros da Ferrari nos mais variados campeonatos de GT, comprou o time brasileiro e o rebatizou de Spirit of Race.
A vaga da Dams passou para Teo Martín, tradicional time espanhol que voltou às atividades neste ano e alinha McLaren no International GT Open. Como a F3.5, em 2016, vai dividir o calendário com esse campeonato – alem da Euroformula Open – a equipe se viu motivada a expandir as categorias na qual participa.
A última novidade é a RP. A esquadra italiana tem dominado a Euroformula Open e, no ano que vem, também estará no torneio de Alguersuari. Ela não entra na vaga de ninguém, apenas expandiu o grid.
O curioso é que essas três equipes talvez não tivessem sido aceitas no auge da World Series by Renault. O campeonato tinha padrões tão difíceis de inscrição que a Koiranen, dominante na F-Renault e ganhadora da última prova da GP3, foi colocada na lista de espera quando tentou participar do certame há alguns anos.

Mas ter equipes menores pode tornar o certame mais divertido. Quando Alguersuari criou o campeonato antes de a Renault assumir, uma das novidades era a Pons, que havia vindo da Motovelocidade e estava estreando nos carros. E o título ficou justamente com a esquadra espanhola, cujo um dos pilotos era Heikki Kovalainen.
Entre as novidades na F3.5 está também a Comtec. A equipe inglesa ficou fora da World Series by Renault em 2015, por não ter conseguido fechar com algum piloto, mas esteve presente nos testes de pós-temporada com os indianos Jehan Daruvala e Mahaveer Raghunathan.
O grid dos testes, se não contou com os reservas da F1 como nos anos de auge da World Series, teve bons nomes.
O destaque foi a presença de George Russell, vindo da F3 Europeia, e Marvin Kirchhöfer, da GP3. As atividades também contaram com Jack Aitken, Louis Délétraz, Kevin Jörg e Jake Hughes, que lutaram pelo título da F-Renault Eurocup até a última etapa, e um grande número de russos, como Egor Orudzhev, Matevos Isaakyan, Nikita Zlobin e Vladimir Atoev.
No entanto, o mais rápido foi Matthieu Vaxivère, vice-campeão da World Series e responsável por fazer o shakedown do equipamento da Spirit of Race.
Geralmente as equipes novas costumam usar tanque vazio e pneus novos para marcar tempo e atrair piloto, mas vale lembrar que esse era o mesmo equipamento da Draco, que teve os brasileiros André Negrão, Bruno Bonifacio e Pietro Fantin ao longo do ano.