Justin Wilson morreu na etapa de Pocono da Indy
Justin Wilson morreu na etapa de Pocono da Indy

Só havia uma coisa maior que a altura em Justin Wilson, sua humildade.

Difícil encontrar um piloto que estivesse mais disposto e de bom humor para atender fãs, imprensa e colegas que este gigante de 1,93 m.

Aliás, foi justamente o tamanho que o fez mudar da F1 para os Estados Unidos. Tendo competido por Minardi e Jaguar, Wilson sabia que a altura do piloto era cada vez mais um obstáculo para as equipes na hora de construir um carro.

Como nos EUA havia uma única empresa fornecendo os equipamentos, ele fechou com a Conquest para disputar a ChampCar e depois acabou pinçado pela RuSport. Foram dois vices – sempre atrás de Sébastien Bourdais – e um terceiro lugar nas quatro temporadas.

A grande chance veio em 2008. Quando Bourdais deixou a Newman/Haas para competir pela Toro Rosso na F1, Wilson foi escolhido para substituí-lo.

O problema é que a fusão entre Champ Car e Indy aconteceu apenas alguns meses depois. E a Newman/Haas, de grande potência, se tornou apenas mais um time no meio do pelotão.

Mas ainda bem que uma das maiores qualidades de Wilson era vencer com qualquer equipamento, não importando a equipe para qual competia.

Pela Newman/Haas, no ano de estreia, triunfou em Detroit. Depois ganhou mais duas vezes pela fraca Dale Coyne, uma das piores escuderias do grid, onde ficou por quatro temporadas. Nesse tempo, não se importou com o glamour e trabalhou duro para ser um dos poucos pilotos a conseguir superar vez ou outra o trio formado por Penske, Ganassi e Andretti.

A chance de correr por uma grande veio apenas neste ano, com um acordo para disputar sete provas com a Andretti. Conquistou um segundo lugar em Mid-Ohio, na quinta aparição pelo time, e morreu na sexta prova, acertado na cabeça por um pedaço do carro de Sage Karam.

Se a altura e a humildade de Wilson eram conhecidos, jamais saberemos o tamanho do sucesso que poderia ter caso as boas oportunidades tivessem vindo no momento correto.

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