O safety-car tem trabalhado na F3
O safety-car tem trabalhado na F3

A FIA está trabalhando para encontrar medidas para acabar com as polêmicas nas corridas da F3 Euro.

Nas etapas de Monza e Spa, algumas baterias foram encerradas mais cedo, com bandeira vermelha, devido aos diversos acidentes e ao que a direção de prova considerou baixo nível dos pilotos.

Uma das propostas da entidade é limitar o grid a 28 carros a partir do ano que vem. Em 2015, as etapas tiveram no mínimo 33 até agora.

Diminuir o número de participantes consequentemente baixa o número de toques e incidentes, afinal são menos carros competindo. Também é uma forma de cada jovem piloto ter mais atenção em seu aprendizado

A segunda proposta é proibir que garotos e garotas saiam do kart direto para a F3. Só que apenas três nomes deram esse pulo nas duas últimas temporadas: Max Verstappen, Callum Illot e Alessio Lorandi.

E o trio passou longe de se envolver nos acidentes das últimas etapas. Enquanto Verstappen venceu as três baterias de Spa em 2014, Illot e Lorandi pontuaram nos rounds belga e italiano neste ano.

Definir o que é sair direto do kart também não é fácil. Verstappen, por exemplo, havia disputado as 12 provas da Florida Winter Series em fevereiro do ano passado antes de estrear na F3. Illot participou das 16 baterias da Toyota Racing Series na Nova Zelândia neste ano.

É mais do que as 14 corridas da F-Renault Eurocup em 2014. E será que a FIA iria reclamar de algum piloto ir do certame da montadora francesa para a F3? É claro que não.

Callum Illot saiu do kart para a F3
Callum Illot saiu do kart para a F3

Apesar do baixo número de pilotos vindo diretamente do kart, para limitar o grid em 28 carros, alguém precisa ficar de fora, e os kartistas acabaram escolhidos. De quebra, a categoria ainda se protege da eventual inexperiência de alguns competidores.

No entanto, essas medidas não vão adiantar nada se não houver penalizações para quem de fato causa as batidas. Suspender Lance Stroll da terceira corrida em Spa foi um bom começo. Também serviu para mostrar que ser apoiado por uma equipe da F1, como o canadense é pela Ferrari, não traz privilégios.

Mas as bandeiras pretas também precisam ser acionadas. Trocar o drive-through pela punição por tempo ao final da corrida também tem ajudado a passar a sensação de impunidade. Afinal, um piloto pode muito bem fazer uso da posição de pista para abrir vantagem e minimizar a punição. Ele precisa sentir na pele que está tendo o próprio desempenho prejudicado.

Que há um problema na F3, isso não há dúvidas. O problema é não torná-lo maior do que realmente é.

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